O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim al Zeben, disse que a ANP (Autoridade Nacional Palestina) recebeu "informações bem claras de países amigos" de que Israel está preparando "operações provocativas para que o povo palestino caia na armadilha da violência".
"Já declaramos que [a violência] não é nosso objetivo. Inclusive, eu começo a duvidar da origem de qualquer foguete que pode sair em direção a Israel. E para a contrainteligência não é muito difícil", afirmou, durante palestra na FGV (Fundação Getúlio Vargas), em São Paulo, na manhã desta sexta-feira.
Ainda sobre a questão da segurança de Israel -principal argumento do governo de Biyamin Netanyahu contra o reconhecimento do Estado palestino pela ONU--, o embaixador disse que palestinos estão "armados até os dentes com o Direito". "Não temos armas, não temos armas nucleares. Não temos Exército e nem queremos ter."
Para ele, inclusive, o Estado palestino poderia ser desmilitarizado, como a Costa Rica. "O que mais desgasta um povo são os desgastes militares. Mas essa não deve ser uma pré-condição do lado israelense e não podemos estar só à mercê dos tanques e da aviação israelenses", disse.
Bastante questionado pela plateia sobre a futura participação do Hamas no Estado palestino, Al Zeben disse que caberá ao povo palestino decidir, por meio de eleições. "Mas se o Hamas ganhar, vai ter que respeitar todos os mandatos do direito internacional e os acordos assinados."
Segundo ele, o fato de o Hamas não reconhecer o Estado de Israel não é um obstáculo para a paz entre os futuros vizinhos. "Quem deve reconhecer é o Estado, e não um partido. O PMDB não é obrigado a reconhecer a Argentina. E o Estado palestino reconhece Israel", disse.
Da Folha
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