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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Juros: Cerra também adere à Dilma. É o fim de um ciclo


Acompanhe, amigo navegante, com os seus próprios olhos, a adesão do Padim Pade Cerra à Presidenta.

O
Farol e o Aécio já tinham feito isso.

Ex-governador José Serra defende decisão do Banco Central de cortar os juros


‘Os juros futuros estavam caindo e a pressão das commodities sobre a inflação diminuindo, em razão da crise internacional’, disse o político


Cley Scholz, de O Estado de S. Paulo


SÃO PAULO – O ex-governador José Serra defendeu o corte dos juros anunciado pelo Banco Central na quarta-feira. E discordou das críticas de que o BC colocou em risco a sua credibilidade ao anunciar a redução um dia depois do pedido público feito pela presidente Dilma Rousseff. “Não vejo nenhum problema especial a respeito da taxa de credibilidade do Banco Central”, disse Serra, em entrevista por escrito. “O BC só ganharia, ou não perderia credibilidade quando sobe os juros? “, questionou. Veja abaixo o que pensa José Serra sobre a polêmica:


Estado – O que o Sr. Achou da decisão do Copom?


José Serra – Achei a decisão correta. Os juros futuros estavam caindo e a pressão das commodities sobre a inflação diminuindo, em razão da crise internacional.


Estado – O fato de a decisão ser anunciada no dia seguinte ao pedido feito pela presidente Dilma Rousseff afeta a credibilidade do BC?


José Serra – Não vejo nenhum problema especial a respeito da taxa de credibilidade do Banco Central. Ele ganharia, ou não perderia, credibilidade quando sobe os juros?


Estado – Há risco de alta da inflação?


José Serra – Em relação à inflação vale a pena lembrar que o efeito do aumento dos juros se dá menos por eventual aperto da demanda, que é pequeno, do que pela sobrevalorização do Real, pois os juros em elevação estimulam ainda mais o afluxo de dólares que inunda nossa economia.


A chave da estratégia brasileira de controle da inflação nos últimos anos tem sido a valorização do câmbio, não a da contenção da demanda. Não convém também ignorar o impacto dos juros no gasto público: neste ano, se a taxa permanecer em 12 por cento, esse gasto será de 226 bilhões, contra 195 bilhões no ano passado. Nesse item, como proporção do Produto Interno Bruto, gastamos mais do que o Japão, cuja dívida é quatro ou cinco vezes maior do que a brasileira.


Estado – O Sr. acha que o Banco Central cedeu à pressão do Governo Federal?


José Serra – Não vejo maior problema no fato de o ministro da Fazenda e a presidente da república conversarem com o Banco Central e expressarem seu pensamento. Isso acontece em todos os países. Agora, acharem que há intervenção indevida porque o Banco Central adotou a medida que eles achavam melhor não faz sentido. Teria de ser do contra só para afirmar sua autonomia?


Estado – O que achou do anúncio do ajuste fiscal?


José Serra – É claro que o anúncio do aumento do superávit primário em R$ 10 bilhões de reais foi feito para acalmar o mercado em relação à diminuição dos juros, que já devia estar programada. Aquele aumento é perfumaria, até porque não provêm de cortes, mas de aumento de receita, e é pequeno diante do aumento das despesas com juros, que será de pelo menos R$ 30 bilhões neste ano em relação ao ano passado.








Navalha

Me permita um palpite meio óbvio:

No Brasil, havia uma zona de conforto criada para que analistas formassem sua opinião, chegarem a um consenso não explícito com o BC, para depois todos ficarem acomodados na seguinte situação: os analistas distribuíam relatórios certos aos seus patrões e clientes e o BC não levava bordoada om isso, na prática, o que prevalecia era a visão de um nicho da sociedade formado por especialistas em política monetária

E o principal preço da economia, a taxa de juros, que define desde o emprego e o salário de todos até o investimento numa máquina nova, ficava à mercê desse pessoal

E a Dilma, que teve mais de 50 milhões de votos, ficava sem esse importante instrumento para fazer aquilo para o qual foi designada: governar

Troca de ideias entre governo e BC não tem problema, tem em todo lugar
Agora, é óbvio, que países desenvolvidos, com inflação zero e taxa de juros zero, fica mais fácil ter independência

Outra coisa é independência num país com a maior taxa do mundo e que não pode crescer por causa da inflação
Passou da hora de tentar quebrar esse ciclo, não é mesmo?

Abs

Essas sensatas observações são de um amigo navegante que trabalha numa importante instituição financeira e que, por motivos óbvios, não pode ser identificado.

É o fim de um ciclo, sem dúvida.

Até os tucanos perceberam.

Paulo Henrique Amorim

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