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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Maiores bancos privados lucram um milhão todos os dias

 
O Banco Espírito Santo foi o que mais lucrou este ano: 137,8 milhões, só até ao fim de Setembro. 

O Banco Espírito Santo foi o que mais lucrou este ano: 137,8 milhões, só até ao fim de Setembro. Foto Paulete Matos
 
Do Esquerda.net
O ano tem sido de crise na banca, mas não têm faltado os lucros. Embora se contabilize menos 68%, quando comparados aos dos primeiros nove meses de 2010, ainda somam 358,9 milhões. É o Banco Espírito Santo que mais lucrou este ano (137,8 milhões, uma queda de 66%), aproveitando a menor exposição à dívida grega. Segue-se o BPI (101,5 milhões, menos 29,8% que em igual período de 2010), o Santander Totta (60,2 milhões, menos 83%) e o BCP (59,4 milhões, uma queda de 72,7%).

Segundo o Diário Económico, só a crise grega e o crédito malparado tiraram 600 milhões aos lucros da banca este ano. Pela primeira vez em onze anos, três dos maiores bancos - BCP, BES Santander Totta - fecharam o mesmo trimestre com resultados negativos. Segundo os dados compilados pela Bloomberg, o BCP registou prejuízos de 29 milhões de euros, o BES sofreu perdas de 18 milhões de euros e o Santander Totta de 10 milhões.

As contas apresentadas pelos quatro maiores bancos também revelam que este ano eles fizeram um corte no crédito à economia no valor de 9,5 mil milhões de euros, dos quais a esmagadora maioria - 8,6 mil milhões - foi cortada no crédito às empresas, na prática estrangulando a economia nacional.  Aqui destacam-se BCP e Santander Totta, com menos 4 mil e 3,56 mil milhões de euros de empréstimos concedidos, respectivamente. Já no crédito à habitação, a diferença é muito menor. BES, BPI e Santander Totta emprestaram menos 535 milhões e o BCP, pelo contrário, emprestou mais 578 milhões para a compra de casa nos nove primeiros meses do ano.

A banca portuguesa está a desvalorizar em bolsa e Carlos Santos Ferreira, presidente do BCP, admitiu recorrer à linha de capitalização da troika, passando a integrar o Estado no capital do banco. «Não me incomoda ter o Estado como accionista. Não seria na minha vida situação virgem, pois tive o Estado na minha vida durante dez anos quando fui administrador da ANA - aeroportos de Portugal», afirmou Santos Ferreira na apresentação de resultados dos primeiros nove meses do ano, em Lisboa.

Já sobre a actuação da Europa face à crise dos últimos meses, Santos Ferreira não foi tão brando: "Poucas vezes assisti na minha vida a um festival de incompetência tão grande como aquele a que assisti nós últimos meses dos líderes europeus", disse o banqueiro que dirige o BCP.

Os resultados da Caixa Geral de Depósitos serão conhecidos na apresentação de contas prevista para os próximos dias. No primeiro semestre o banco público lucrou 83,5 milhões de euros, menos 16,6% do que no mesmo período de 2010.

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