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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Kim Jong-il recebe último adeus nas ruas de Pyongyang


Milhares de pessoas acompanham cortejo do ex-líder norte-coreano

Seul, 28 dez (EFE).- O falecido líder norte-coreano Kim Jong-il recebeu nesta quarta-feira o último grande adeus do país que governou durante 17 anos, com um cortejo fúnebre que levou seu féretro pelas ruas de Pyongyang diante de milhares de cidadãos e sob o atento olhar de seu filho e sucessor, Kim Jong-un.
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Transmitida ao vivo pela "Televisão Central da Coreia do Norte (KCTV)", a procissão partiu às 14h (3h de Brasília) do Palácio Memorial de Kumsusan e passou pelos locais emblemáticos da capital, como a Praça Kim Il-sung, até retornar ao mausoléu quase 3h depois.

No início do percurso, Kim Jong-un, a quem a locutora da "KCTV" se referiu como o "sucessor", acompanhou a pé o carro fúnebre que levava no teto, sobre uma cama de crisântemos brancos, o féretro de seu pai envolvido na bandeira vermelha do Partido dos Trabalhadores.

Um veículo com uma grande fotografia de três metros de altura de um Kim Jong-il sorridente abria a comitiva, seguido de outro com uma grande coroa de flores no teto que antecipava a caminhada que seguia o carro fúnebre principal, escoltado por soldados em motocicletas das Forças Armadas.

"O céu está chorando", proclamou entre lágrimas diante das câmeras da "KCTV" um dos militares que aguardavam junto à estrada a passagem da comitiva, em referência à intensa neve que caía incessante sobre a capital norte-coreana, cujas temperaturas rondaram nesta quarta-feira cerca de zero grau.

Apesar das adversidades climáticas, nos dois lados das ruas onde passava lentamente o cortejo milhares de civis e militares assistiam com feições abatidas. Em inúmeros casos, pessoas tinham crises de choro compulsivo (com gestos exagerados) expressando sua dor pela morte do líder.

"Desmaiei enquanto estava aqui aguardando a passagem do carro. Sentirei saudade do nosso líder Kim Jong-il", declarou chorosa diante das câmeras de TV norte-coreana An Ri-ho, uma mulher de 86 anos que como muitos nesta quarta-feira em Pyongyang fez questão de expressar publicamente sua tristeza pela morte do ditador.

Kim Jong-il, que entrará para a história por fazer da Coreia do Norte uma potência nuclear estagnada em uma constante crise econômica, morreu no dia 17 de dezembro aos 69 anos de ataque cardíaco, conforme a imprensa estatal norte-coreana.

Durante a transmissão do cortejo, os locutores da "KCTV" lembraram com grande dramatismo as "conquistas" do líder, ao que denominaram "o pai do vento que sopra agora em Pyongyang", e elogiaram a figura de seu filho e sucessor Kim Jong-un.

O jovem herdeiro foi ganhou toda atenção das câmeras nos últimos passos do funeral quando, apoiado no capô, acompanhou por alguns metros o veículo que levava o féretro de seu pai.

A música interpretada por uma banda militar misturada com os constantes gritos e choro convulsivo dos cidadãos foi a trilha sonora da transmissão do funeral de Kim Jong-il, que concluiu com salvas de tiros e a marcha do Exército sob o olhar atento do sucessor e das altas autoridades do regime.

O corpo do líder não sairá mais do Palácio de Kumsusan, onde está em exposição o corpo embalsamado de seu pai, o "grande líder" Kim Il-sung, que governou o país desde sua fundação em 1948 até morrer, também de um ataque cardíaco, em 1994.

Consolidado o jovem Kim Jong-un como sucessor de seu pai e líder da Coreia do Norte, não se esperam decisões importantes no país até quinta-feira, no último dia de luto oficial, quando chegam ao fim as homenagens pela morte de Kim Jong-il.

O funeral paralisou a capital e regiões como o complexo industrial intercoreano de Kaesong, nas proximidades da fronteira com a Coreia do Sul, que permaneceu nesta quarta-feira fechado e não abrirá até sexta-feira por decisão de Pyongyang.

Este projeto econômico conjunto, que combina capital privado sul-coreano com mão de obra barata do país do Norte, estava em operação desde o anúncio da morte de Kim até terça-feira.

A poucos quilômetros dali, na localidade fronteiriça sul-coreana de Imjingak, cerca de 50 dissidentes do país comunista exilados na Coreia do Sul lançaram em direção à cidade de Kaesong balões com 200 mil panfletos incitando o povo norte-coreano a rebelar-se contra o longo Governo da dinastia Kim. EFE

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