A tardia defesa da filha de José Serra (PSDB/SP), em nota negando o livro "A Privataria Tucana" (semelhante aquelas negações de Maluf), em vez de melhorar, complicou mais a situação.
Documentos oficiais e públicos, inclusive assinados por ela, além de flagrantes, desmentem pelo menos 4 tópicos de sua defesa em relação à Privataria Tucana.
A primeira mentira
.... já foi apontada em diversos blogs (como aqui e aqui): Verônica Serra disse que não é indiciada, mas não corresponde à verdade. Ela está sim, indiciada na Justiça Federal em São Paulo:
Documentos oficiais e públicos, inclusive assinados por ela, além de flagrantes, desmentem pelo menos 4 tópicos de sua defesa em relação à Privataria Tucana.
A primeira mentira
.... já foi apontada em diversos blogs (como aqui e aqui): Verônica Serra disse que não é indiciada, mas não corresponde à verdade. Ela está sim, indiciada na Justiça Federal em São Paulo:
A segunda mentira
Verônica Serra faz uma ginástica danada para parecer que era apenas uma funcionária burocrática que cumpria ordens e não foi sócia da irmã de Daniel Dantas. Pode até ser que a irmã de Daniel Dantas não tenha sido oficialmente a sócia, e ambas apenas se associaram no Conselho de Administração, porém Verônica Serra cai em contradição em sua versão e documentos desmentem sua explicação.
Ela foi sim sócia na sucursal brasileira, Decidir.com do Brasil S.A. (como comprova ata da A.G.E. publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo):
Verônica Serra faz uma ginástica danada para parecer que era apenas uma funcionária burocrática que cumpria ordens e não foi sócia da irmã de Daniel Dantas. Pode até ser que a irmã de Daniel Dantas não tenha sido oficialmente a sócia, e ambas apenas se associaram no Conselho de Administração, porém Verônica Serra cai em contradição em sua versão e documentos desmentem sua explicação.
Ela foi sim sócia na sucursal brasileira, Decidir.com do Brasil S.A. (como comprova ata da A.G.E. publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo):
E quem era sócio na outra ponta, que trouxe R$ 5 milhões em 2000 para a empresa do paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas?
A Decidir.com International Ltd. (empresa off-shore com sede no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas). Segundo a defesa de Verônica Serra dá a entender, quem estava por traz do dinheiro dessa off-shore seria o Citibank e o Banco Opportunity de Daniel Dantas. Assim a situação dela se complica, pois a coloca como sócia do próprio Daniel Dantas e não da irmã dele.
A terceira mentira
Verônica Serra diz que "... Mentem, também, ao insinuar que eu intermediei negócios da Decidir com governos no Brasil. Enquanto eu estive na Decidir, a empresa jamais participou de nenhuma licitação...."
A verdade na afirmação acima está só na parte onde diz SEM LICITAÇÃO.
Vamos aos fatos: quando Verônica Serra estava na empresa Decidir, e seu pai era o todo-poderoso ministro sendo preparado por FHC para sucedê-lo, a empresa conseguiu um convênio com o Banco Central (do governo do Brasil) para ter acesso ao cadastro de cheques sem fundos. Se algo semelhante acontecesse no governo Lula ou Dilma diriam que era tráfico de influência.
Tela capturada em 10 de novembro de 2000, quando a empresa conseguiu acesso ao cadastro de cheques sem fundos do Banco Central. |
Ainda há o caso da empresa SUPERBID, onde Verônica Serra e seu marido foram sócios, e que fazia leilões de venda de equipamentos e bens descartados pelas estatais paulistas no governo tucano Mário Covas, SEM LICITAÇÃO. Esta parte não está no livro Privataria Tucana, mas já foi alvo de inquérito no Ministério Público estadual de SP (engavetado), e gerou um pedido de CPI na Assembléia Legislativa Paulista, devido a reclamações de outros leiloeiros que não tinham "pistolão" político.
A quarta mentira
Ela diz: "...Em 1998, quando houve a privatização, eu morava há quatro anos nos Estados Unidos, onde estudei em Harvard e trabalhei em Nova York numa empresa americana que não tinha nenhum negócio no Brasil, muito menos com a privatização...."
De acordo com seu currículo disponível na internet:
1997-1998 Foi Vice Presidente da Leucadia National Corporation.
1996 - Foi uma associada do Goldman Sachs & Co's NY Fixed Income Group.
1993-1995 Trabalhou no Banco BBA Creditanstalt
1991-1992 Trabalhou na Editora Abril (humm...)
Ao contrário do que ela disse, a Leucadia National Corporation tinha negócios no Brasil.
Verônica, em sua defesa, diz ter documentos mas, assim como Maluf, não disponibilizou nenhum para acompanhar seu texto de defesa, o que poderia elucidar mais fatos (ou talvez complicar).
Não faremos nenhum julgamento sumário como faz o PIG. Mas a CPI da Privataria será o lugar certo para ver quem está limpo e quem meteu a mão no dinheiro do patrimônio público durante a roubalheira ocorrida na privataria tucana.
Segue a íntegra da nota de Verônica Serra:
Nos últimos dias, têm sido publicadas e republicadas, na imprensa escrita e eletrônica, insinuações e acusações totalmente falsas a meu respeito. São notícias plantadas desde 2002 — ano em que meu pai foi candidato a presidente pela primeira vez — e repetidas em todas as campanhas posteriores, não obstantes os esclarecimentos prestados a cada oportunidade. Basta lembrar que, em 2010, fui vítima de quebra ilegal de sigilo fiscal, tendo seus autores sido indiciados pela Polícia Federal. E, agora, uma organizada e fartamente financiada rede de difamação dedicou-se a propalar infâmias intensamente através de um livro e pela internet. Para atingir meu pai, buscam atacar a sua família com mentiras e torpezas.
1. Quais são os fatos?
- Nunca estive envolvida nem remotamente com qualquer tipo de movimentação ilegal de recursos.
- Nunca fui ré em processo nem indiciada pela Polícia Federal; fui, isto sim, vítima dos crimes de pessoas hoje indiciadas.
- Jamais intermediei nenhum negócio entre empresa privada e setor público no Brasil ou em qualquer parte do mundo.
- Não fui sócia de Verônica Dantas, apenas integramos o mesmo conselho de administração.
Faço uma breve reconstituição desses fatos, comprováveis por farta documentação.
2. No período entre Setembro de 1998 e Março de 2001, trabalhei em um fundo chamado International Real Returns (IRR) e atuava como sua representante no Brasil. Minha atuação no IRR restringia-se à de representante do Fundo em seus investimentos. Em nenhum momento fui sua sócia ou acionista. Há provas.
3. Esse fundo, de forma absolutamente regular e dentro de seu escopo de atuação, realizou um investimento na empresa de tecnologia Decidir. Como conseqüência desse investimento, o IRR passou a deter uma participação minoritária na empresa.
4. A Decidir era uma empresa “ponto.com”, provedora de três serviços: (I) checagem de crédito; (II) verificação de identidade e (III) processamento de assinaturas eletrônicas. A empresa foi fundada na Argentina, tinha sede em Buenos Aires, onde, aliás, se encontrava sua área de desenvolvimento e tecnologia. No fim da década de 90, passou a operar no Brasil, no Chile e no México, criando também uma subsidiária em Miami, com a intenção de operar no mercado norte-americano.
5. Era uma empresa real, com funcionários, faturamento, clientes e potencial de expansão. Ao contrário do que afirmam detratores levianos, sem provar nada, a Decidir não era uma empresa de fachada para operar negócios escusos. Todas e quaisquer transações relacionadas aos aportes de investimento eram registradas nos órgãos competentes.
6. Em conseqüência do investimento feito pelo IRR na Decidir, passei a integrar o seu Conselho de Administração (ou, na língua inglesa, “Board of Directors”), representando o fundo para o qual trabalhava.
7. À época do primeiro investimento feito pelo IRR na Decidir, o fundo de investimento Citibank Venture Capital (CVC) – administrado, no âmbito da América Latina, desde Nova Iorque – liderou a operação.
8. Como o CVC tinha uma parceria com o Opportunity para realizar investimentos no Brasil, convidou-o a co-investir na Decidir, cedendo uma parte menor de seu aporte. Na mesma operação de capitalização da Decidir, investiram grandes e experientes fundos internacionais, dentre os quais se destacaram o HSBC, GE Capital e Cima Investments.
9. Nessa época, da mesma forma como eu fui indicada para representar o IRR no Conselho de Administração da Decidir, a Sra. Veronica Dantas foi indicada para participar desse mesmo conselho pelo Fundo Opportunity. Éramos duas conselheiras (e não sócias), representando fundos distintos, sem relação entre si anterior ou posterior a esta posição no conselho da empresa.
10. O fato acima, no entanto, serviu de pretexto para a afirmação (feita pela primeira vez em 2002) de que eu fui sócia de Verônica Dantas e, numa ilação maldosa, de que estive ligada às atividades do empresário Daniel Dantas no processo de privatização do setor de telecomunicações no Brasil. Em 1998, quando houve a privatização, eu morava há quatro anos nos Estados Unidos, onde estudei em Harvard e trabalhei em Nova York numa empresa americana que não tinha nenhum negócio no Brasil, muito menos com a privatização.
11. Participar de um mesmo Conselho de Administração, representando terceiros, o que é comum no mundo dos negócios, não caracteriza sociedade. Não fundamos empresa juntas, nem chegamos a nos conhecer, pois o Opportunity destacava um de seus funcionários para acompanhar as reuniões do conselho da Decidir, realizadas sempre em Buenos Aires.
12. Outra mentira grotesca sustenta que fui indiciada pela Polícia Federal em processo que investiga eventuais quebras de sigilo. Não fui ré nem indiciada. Nunca fui ouvida, como pode comprovar a própria Polícia Federal. Certidão sobre tal processo, da Terceira Vara Criminal de São Paulo, de 23/12/2011, atesta que “Verônica Serra não prestou declarações em sede policial, não foi indiciada nos referidos autos, tampouco houve oferecimento de denúncia em relação à mesma.”
13. Minhas ligações com a Decidir terminaram formalmente em Julho de 2001, pouco após deixar o IRR, fundo para o qual trabalhava. Isso ressalta a profunda má fé das alegações de um envolvimento meu com operações financeiras da Decidir realizadas em 2006. Essas operações de 2006 – cinco anos após minha saída da empresa – são mostradas num fac-símile publicado pelos detratores, como se eu ainda estivesse na empresa. Não foi mostrado (pois não existe) nenhum documento que comprove qualquer participação minha naquelas operações. Os que pretendem atacar minha honra confiam em que seus eventuais leitores não examinem fac-símiles que publicam, nem confiram datas e verifiquem que nomes são citados.
14. Mentem, também, ao insinuar que eu intermediei negócios da Decidir com governos no Brasil. Enquanto eu estive na Decidir, a empresa jamais participou de nenhuma licitação.
Encerro destacando que posso comprovar cada uma das afirmações que faço aqui. Já os caluniadores e difamadores não podem provar uma só de suas acusações e vão responder por isso na justiça. Resta-me confiar na Polícia e na Justiça do meu país, para que os mercadores da reputação alheia não fiquem impunes
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