Dois pesos e duas medidas no jornal Estadão.
Quando noticia um evento de massa de uma igreja evangélica, retrata como "estorvo", como "problema de trânsito".
Escolhe para entrevistas só quem se sentiu prejudicado e não dá voz aos membros e fiéis da igreja, que também tem o direito de ir e vir, e também sofreram com o trânsito caótico, e com a falta de apoio da Polícia Militar, que avaliou como “normal” o trânsito naquela área e não mandou reforços para organizar o trânsito na rodovia.
Quando noticia um evento de massa de uma igreja evangélica, retrata como "estorvo", como "problema de trânsito".
Escolhe para entrevistas só quem se sentiu prejudicado e não dá voz aos membros e fiéis da igreja, que também tem o direito de ir e vir, e também sofreram com o trânsito caótico, e com a falta de apoio da Polícia Militar, que avaliou como “normal” o trânsito naquela área e não mandou reforços para organizar o trânsito na rodovia.
Quando o jornalão retrata outro evento de massa equivalente, porém da igreja católica, dá ênfase diferente e só positiva, mostrando apenas a visão dos fiéis e das autoridades eclesiásticas (o que até está correto, errado é fazer o que fizeram com a Igreja evangélica).
O tratamento diferenciado mostra o quanto existe de preconceito religioso (e até perseguição) no jornalão.
Se fosse um jornalismo isento, ou a manchete de cima seria "Igreja recebe 500 mil na inauguração", ou a manchete de baixo também mostraria os transtornos que grandes multidões provocam na região de Aparecida do Norte.
No Brasil a liberdade religiosa é plena, não existe religião oficial e, portanto, ninguém é obrigado a seguir uma ou outra religião. Por isso religião não é questão política. O cidadão brasileiro segue sua crença por livre escolha ou tradição familiar (que também não deixa de ser uma escolha, a partir da idade adulta), e todos merecem respeito. Ninguém tem o direito de desrespeitar a fé alheia, por mais que discorde. Quem quiser fazer reflexões e diálogos entre religiões que faça, mas com o devido respeito.
Cada um que escolha e viva a sua (ou nenhuma) religião e deixe os outros viverem sua espiritualidade ou materialismo em paz, sem promover cizania como faz o "Estadão". Guerras religiosas não são de nossa natureza, e massacres como o da noite de São Bartolomeu pertencem à barbárie medieval.
Direito de ir e vir é de todos
O jornalão dá ênfase só aos transtornos de quem tinha que pegar vôos no aeroporto de Cumbica. Ora, claro que é lamentável para qualquer pessoa perder um vôo, mas o direito de ir e vir é de todos.
As vias construídas com o dinheiro dos impostos de todos não são exclusivas para os passageiros de avião. Quem quiser ir à Igreja (à qualquer Igreja) tem tanto direito de fazê-lo quanto quem quer viajar de avião.
Se alguém é responsável por não reduzir danos do transtorno no tráfego é o governador Geraldo Alckmnin (`SDB/SP) que não montou um esquema especial de policiamento para conduzir o fluxo de veículos. E também a Privataria Tucana, pois a concessionária CCR Nova Dutra, que cobrou uma fortuna de pedágio dessa multidão, nada fez para melhorar as condições do trânsito.
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