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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Apagão dos transportes em São Paulo não merece editorial?

O Folhão trouxe neste feriado (ontem) um editorial cobrando das autoridades a "precariedade" em que se encontram os aeroportos brasileiros, e das companhias aéreas que cumpram a determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e publiquem em seus portais o percentual de vôos atrasados e cancelados.
 
O editorial cobra o governo quanto a necessidade de maior fiscalização no setor por parte da ANAC. Até aí, tudo bem, realmente são 33 milhões de passageiros/ano viajando pelos ares, brasileiros que felizmente, agora sim, podem dispor de um transporte, de um benefício antes destinado a poucos. É natural que problemas ocorram e perfeito que o jornal cobre essas mudanças da parte do governo.
 
Agora, eu fiquei pensando neste conceito de situação de "precariedade". Ela existe não só para os 33 milhões de brasileiros que agora sim podem voar mas, também, para aqueles 4 milhões de paulistanos que dia sim e no outro também sentem na pele precariedade parecida.

Caos nos transportes públicos em São Paulo? Quem disse?

São os que se utilizam do metrô e dos transportes de subúrbio da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que não apenas trafegam como sardinhas em lata pelos trilhos de São Paulo, mas tem que aguentar lentidão e panes sucessivas nos sistemas de trens e metrô, os mais lotados do mundo.
 
E, mais, trafegam desde o choque dos dois três na Linha 3 do Metrô há duas semanas sob uma grande insegurança, fruto da ineficiência acumulada por sucessivas administrações tucanas ao longo dos últmos 30 anos no Estado. Desconforto, precariedade, insegurança, desrespeito ao trabalhador que precisa chegar no horário ao local de trabalho e merece voltar em segurança para o lar.
Pensando nisso, procurei nos demais editoriais do jornalão nesta 5ª algum sobre o verdadeiro apagão no transporte público na capital. Nada, nenhuma referência, em nenhum. Será que o jornalão só vê apagão quando olha pra cima, para o governo federal?

Mídia cúmplice

Isso sem falar da cobertura diária da mídia em geral sobre o tema em São Paulo. Cúmplice, quase pedindo desculpas, citando o mínimo possível ou nunca o governo e os responsáveis pelo caos, o apagão de transportes públicos de massa que vivemos.
 
Só citam nomes do governante e seu partido quando apresentam o outro lado adversário dos tucanos. E nunca em editoriais ou acusando como fizeram no caso do governo Lula, na chamada “crise da aviação” que a mídia transformou em “apagão dos aeroportos” num passe de mágica.
 
Vocês se lembram. O fato, meus caros, é que salta aos olhos a diferença e o jornalismo chapa branca tucano da mídia paulista. Começando pela inefável rede Globo.

Rotina de panes no tranporte tucano continua

Enquanto isso o metrô continua entrando em pane toda semana na capital paulista. Os trens da CPTM, que servem os subúrbios da Grande São Paulo idem. Só na semana passada, a linha 9 da CPTM ficou dois dias com problemas - lentidão na circulação e maior período de chegada entre uma estação e outra.
Na antevéspera do feriado, idem. A mesma linha apresentou o mesmo problema e só conseguiram resolver depois de três horas (das 11h55 às 15h). E na véspera, problema semelhante levou pane à linha 8 da CPTM. Metrô e trens tucanos transportam milhões por dia, muito mais do que as empresas aéreas. Não merecem um editorial de cobrança contra o descalabro em que se encontram?
 

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