Guerrilheiro Virtual

terça-feira, 5 de junho de 2012

Nercessian e o sumiço de Roberto Freire

Na semana passada, o deputado Roberto Freire, chefão do PPS, voltou a ocupar generosos espaços na mídia demotucana. Junto com o tucano Álvaro Dias e o demo Agripino Maia, ele encaminhou representação à Procuradoria-Geral da República exigindo apuração das denúncias do ministro Gilmar Mendes de que teria sofrido pressão do ex-presidente Lula para abortar o julgamento do chamado mensalão. Vaidoso, Freire brilhou nas telinhas da TV Globo e de outras emissoras de tevê.
 
Hoje, porém, ele deve sumir dos noticiários – talvez seja encontrado em algum cassino de Punta Del Leste, onde é frequentador assíduo, segundo revelou recentemente o jornalista Tales Faria, do IG. O motivo deste sumiço é outra representação, desta vez contra o deputado federal Stepan Nercessian, eleito pelo PPS no Rio de Janeiro, que foi protocalada na Câmara Federal.

R$ 175 do amigo Cachoeira

A representação é assinada pelo advogado Leandro Mello Frota e solicita abertura de processo disciplinar contra o deputado, que se licenciou “temporariamente” do PPS, para apurar a prática de atos incompatíveis com a ética e o decoro parlamentar. A iniciativa pode resultar na cassação do mandato de Nercessian, o ator global que também estava sumido da mídia.
 
Para quem não se lembra, o deputado foi flagrado numa escuta telefônica da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, pedindo R$ 175 mil ao mafioso Carlinhos Cachoeira. Caso seja instaurada a investigação, Stepan Nercessian será notificado e terá o prazo de dez dias para apresentar a sua defesa junto à Comissão de Ética do Congresso Nacional.

PPS vai apoiar a representação?

O deputado, uma das estrelas do PPS, é réu confesso por quebra de decoro parlamentar. Em entrevista à Rádio Globo, em maio passado, ele confessou que pediu um “empréstimo” de R$ 175 mil a Cachoeira em junho de 2011, ou seja, durante o exercício do mandato. Ele também reconheceu na entrevista que sabia das acusações de envolvimento do bicheiro com o crime organizado.
 
“Eu sabia que ele não tinha uma vida limpa e assumo que errei”, afirmou Nercessian ao radialista Roberto Canázio. Ele também disse que era amigo do mafioso há mais de 20 anos. Em sua representação, Leandro Mello argumenta que o artigo 55 da Constituição Federal estabelece que “perderá o mandato o deputado ou senador cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar”. 
 
Será que Roberto Freire, o “ético”, vai se pronunciar sobre o caso? E o PPS dará apoio à representação?
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”