Guerrilheiro Virtual

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Serra acusou PR de apoiar em troca de 'dinheiro'. Agora fechou apoio.

Não sei quantas caras José Serra tem, mas parece que todas elas são cara-de-pau.

Jurou e assinou documento prometendo que jamais abandonaria a prefeitura nas eleições de 2004, e 15 meses após a posse abandonou o cargo de prefeito da maior metrópole do Brasil, na maior cara-de-pau. Cobrado recentemente, desdenhou do próprio documento juramentado, chamando-o de apenas "papelzinho" sem valor.

Serra demonstra ter uma vida, digamos, pagã, de quem infringe boa parte dos 10 mandamentos sem dó, nem piedade, e se apresenta às vésperas das eleições como um santarrão (falso beato).

Há apenas seis meses atrás, em artigo publicado no jornal serrista Estadão, tratava o ex-ministro e senador Alfredo Nascimento (PR) como "pacote estragado" herdado do governo Lula. Agora aparece todo sorrisos ao lado do ex-ministro fechando apoio do PR à sua candidatura a prefeito. Significa o que? Ou Serra catou para si o "pacote estragado" que Dilma teria se desfeito, ou foi leviano em suas críticas há seis meses atrás.

Artigo de José Serra no Estadão de 08/12/2012
Chamava Alfredo Nascimento (PR) de 'pacote estragado'
Em junho de 2012 fechou acordo com o PR, e com Nascimento pessoalmente, para receber apoio.
No mesmo artigo, Serra acusou o PR de ser um partido interesseiro em "obter vantagens pecuniárias" (leia-se:  dinheiro) com nomeações, nas palavras de Serra. Então podemos concluir que Serra ofereceu as tais "vantagens pecuniárias" em troca de apoios?

O fato é que Serra foi leviano duas vezes. Foi em dezembro passado, ao pré-condenar pessoas e ao recorrer à crítica populista fácil, ignorando que em qualquer democracia, partidos que formam a base governista participam dos governos. E foi cínico e fingido, como se todo governo tucano não entregasse cargos a partidos aliados. Há casos até que extrapolam interesses legítimos. Marconi Perillo e Aécio Neves, por exemplo, já aparelharam seus governos com indicações de Carlinhos Cachoeira.

E Serra foi leviano agora, ao fazer o que diz condenar. Corre a notícia de que o PR ofereceu apoio a Haddad em troca de nomear quem o partido quisesse no Ministério dos Transportes, e que Dilma não teria aceito, até porque o atual ministro é do PR. E corre a notícia de que o governador Alckmin (PSDB-SP) teria oferecido cargos ao PR no governo de São Paulo em troca do apoio a Serra. O Diário Oficial do Estado, nos próximos dias deve esclarecer esse toma-lá-dá-cá.

O PR também fica mal na fita, ao apresentar-se com uma imagem de partido fisiológico e aliado ao que há de mais decadente na política paulistana, que é a candidatura de José Serra, já apresentando "fadiga de material" ao empacar no teto em torno de 30% nas pesquisas.

O PR corre o sério risco de perder tudo o que conquistou em termos de crescimento, da mesma forma que ocorreu com outros partidos que já foram emergentes e entraram em decadência ao aderirem ao Serra e às oligarquias demotucanas, como é o caso do PPS. Melhor para os demais partidos que prezam pela maior consistência e integridade política, pois deverão crescer na avaliação do eleitorado.

Com tudo isso, cada vez mais, Dilma, o PT e os partidos mais íntegros em suas relações com o governo federal e outros governos, se firmam como partidos que querem mudar os costumes políticos nacionais para melhor.

E cada vez mais, José Serra, os demotucanos, e os partidos que afundam ao lhes dar o abraço em afogados, se firmam como oligarquias arcaicas do passado, com costumes políticos provincianos, colonizados e condenáveis, inclusive pelo cidadão eleitor.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”