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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Cineasta Matthew Chapman adverte Brasil sobre fanatismo evangélico

“O Brasil está à frente dos Estados Unidos em muitas maneiras diferentes, na forma de pensar”, disse. “Seria uma pena permitir que o fundamentalismo cause um retrocesso”

a tentação
Além do triângulo amoroso, filme A Tentação tem como pano de fundo o fundamentalismo religioso. Foto: divulgação

O cineasta inglês Matthew Chapman, diretor do suspense “A Tentação”, que entrou em cartaz nesta sexta (10) nos cinemas brasileiros, pediu aos brasileiros que impeçam que o fanatismo cristão, principalmente o evangélico, adquira mais poder neste momento em que o país “tem um crescimento [econômico] muito grande.”

“Tenho certeza de que vocês terão esses problemas [de fanatismo religioso]”, disse. “Vocês já tiveram no Rio de Janeiro, quando uma governadora evangélica [Rosinha Matheus] quis implantar o ensino de criacionismo nas escolas.”

Chapman, que é casado com a atriz brasileira Denise Dumont, disse estar bem informado sobre o que ocorre com Brasil. “Eu tenho muitas conexões com o Brasil e me parece um país que promete muito neste momento.”

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“O Brasil está à frente dos Estados Unidos em muitas maneiras diferentes, na forma de pensar”, disse. “Seria uma pena permitir que o fundamentalismo cause um retrocesso.”

Ele acaba de ser lançar no Brasil o seu mais recente filme, “A Tentação” (The Ledge), onde conta a história de um triângulo amoroso envolvendo o cristão fundamentalista Joe (Patrick Wilson), sua mulher Shana (Liv Tyler) e o ateu Gavin (Charlie Hunnan).

Radicado nos Estados Unidos, Chapman é tataraneto de Charles Darwin (1802-1882), o formulador da teoria da evolução das espécies, e estudioso das religiões — escreveu livros sobre o assunto.

Ele disse que no “A Tentação” mostra os dois lados opostos da fé americana. “Um que é secular, sofisticado e educado, e outro, que é bíblico, homofóbico, subjuga as mulheres e acredita que o universo só tem 10 mil anos de idade”, afirmou. “E tem muita gente que acredita nisso nos Estados Unidos.”

Afirmou que é “maluco” quem não mata uma criança só porque Deus mandou que isso não fosse feito. “É óbvio que você não deve matar uma criança, você não precisa que alguém lhe diga isso.”

Contudo, para ele o problema não é só o fundamentalismo religioso, mas, pior, a própria religião em si, que é nefasta. “Mas há religiões de diferentes tipos e que apresentam efeitos melhores ou piores nas pessoas.”

Paulopes e UOL

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