“O Brasil está à frente dos Estados Unidos em muitas maneiras
diferentes, na forma de pensar”, disse. “Seria uma pena permitir que o
fundamentalismo cause um retrocesso”
Além do triângulo amoroso, filme A Tentação tem como pano de fundo o fundamentalismo religioso. Foto: divulgação
O cineasta inglês Matthew Chapman, diretor do suspense “A Tentação”,
que entrou em cartaz nesta sexta (10) nos cinemas brasileiros, pediu aos
brasileiros que impeçam que o fanatismo cristão, principalmente o
evangélico, adquira mais poder neste momento em que o país “tem um
crescimento [econômico] muito grande.”
“Tenho certeza de que vocês terão esses problemas [de fanatismo
religioso]”, disse. “Vocês já tiveram no Rio de Janeiro, quando uma
governadora evangélica [Rosinha Matheus] quis implantar o ensino de
criacionismo nas escolas.”
Chapman, que é casado com a atriz brasileira Denise Dumont, disse
estar bem informado sobre o que ocorre com Brasil. “Eu tenho muitas
conexões com o Brasil e me parece um país que promete muito neste
momento.”
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“O Brasil está à frente dos Estados Unidos em muitas maneiras
diferentes, na forma de pensar”, disse. “Seria uma pena permitir que o
fundamentalismo cause um retrocesso.”
Ele acaba de ser lançar no Brasil o seu mais recente filme, “A
Tentação” (The Ledge), onde conta a história de um triângulo amoroso
envolvendo o cristão fundamentalista Joe (Patrick Wilson), sua mulher
Shana (Liv Tyler) e o ateu Gavin (Charlie Hunnan).
Radicado nos Estados Unidos, Chapman é tataraneto de Charles Darwin
(1802-1882), o formulador da teoria da evolução das espécies, e
estudioso das religiões — escreveu livros sobre o assunto.
Ele disse que no “A Tentação” mostra os dois lados opostos da fé
americana. “Um que é secular, sofisticado e educado, e outro, que é
bíblico, homofóbico, subjuga as mulheres e acredita que o universo só
tem 10 mil anos de idade”, afirmou. “E tem muita gente que acredita
nisso nos Estados Unidos.”
Afirmou que é “maluco” quem não mata uma criança só porque Deus
mandou que isso não fosse feito. “É óbvio que você não deve matar uma
criança, você não precisa que alguém lhe diga isso.”
Contudo, para ele o problema não é só o fundamentalismo religioso,
mas, pior, a própria religião em si, que é nefasta. “Mas há religiões de
diferentes tipos e que apresentam efeitos melhores ou piores nas
pessoas.”
Paulopes e UOL
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