Presidente ficou irritada com a faixa colocada em posto da Polícia
Federal Rodoviária da Dutra, no Rio de Janeiro, e pediu punição por
parte do Ministério da Justiça, que investigará a conduta; "Liberdade de
expressão é uma coisa e desrespeito à lei é outra", disse o ministro
José Edudardo Cardozo.
247 – A presidente Dilma Rousseff demonstrou
irritação com atitudes de algumas categorias de servidores em greve.
Nesta quarta-feira, houve mais filas em aeroportos do País e, num posto
da Polícia Rodoviária Federal da Via Dutra, na cidade de Penedo, no Rio
de Janeiro, os agentes, em greve, colocaram uma faixa com os dizeres:
"Posto PRF fechado! Passagem livre para tráfico de drogas e armas: esta é
a resposta do governo federal para a segurança pública!". A presidente
quer a identificação dos policiais responsáveis pela ação, assim como de
quem participou de protesto semelhante na Ponte da Amizade, em Foz do
Iguaçu.
Para tais comportamentos, Dilma diz a interlocutores que aguarda
punição "exemplar" por parte do ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo. A conduta da polícia rodoviária federal será investigada pela
Pasta, informou Cardozo. "Liberdade de expressão é uma coisa e
desrespeito à lei é outra. E o Ministério da Justiça não tolerará o
desrespeito à lei", afirmou. Não é a primeira vez que o ministro diz que
o governo não irá tolerar abusos por parte de alguns grevistas e que
haverá punições.
Segundo o Sindicato da Polícia Rodoviária Federal do Rio de Janeiro,
os agentes se reuniram ontem e têm novo encontro marcado para hoje com
representantes do Ministério do Planejamento e do comando nacional de
greve como parte das rodadas de negociação para discutir a pauta de
reivindicações. O governo ofereceu, assim como para diversos outros
setores, o reajuste de até 15,8% para a categoria, pagos em três anos.
Os profissionais se dizem insatisfeitos com a proposta.
O presidente do SindPRF-RJ, Marcelo Novaes, negou que o movimento
grevista tenha afixado cartazes em postos da PRF anunciando passagem
livre para o tráfico de drogas e armas. Segundo ele, a faixa com a
mensagem já foi retirada e os cartazes foram afixados há mais de dez
dias – antes mesmo da adesão da categoria à greve. O objetivo do
protesto, de acordo com Novaes, era chamar a atenção da sociedade e do
governo federal para a precariedade das instalações e condições de
trabalho dos agentes.
Atualmente, o Rio de Janeiro conta um efetivo de 450 policiais para
fiscalizar as rodovias federais fluminenses, número que para o sindicato
da categoria deveria ser triplicado. Na última terça-feira, os
policiais rodoviários federais que ocupam cargos de chefia no Rio de
Janeiro entregaram suas funções em um ato de protesto pela falta de
diálogo com a categoria, que reivindica um plano de reestruturação de
cargos e salários, além de abertura de concurso público. Dos 56 chefes
de departamento no estado, 53 já entregaram os cargos.
Com informações da Agência Brasil
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