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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Haddad promete 'redesenhar' São Paulo em programa de governo

Haddad promete 'redesenhar' São Paulo em programa de governo

"Nunca ninguém apresentou uma proposta de redesenho urbano como nós estamos apresentando", disse o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo; o plano é extinguir o "bairro-dormitório" ao desenvolver regiões marginais, o que evitaria tanto deslocamento pela cidade.

247 - O candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, apresentou nesta segunda-feira seu "arco do futuro", como apelidou o marqueteiro João Santana o programa de governo petista para a capital paulista. O plano (clique aqui para conhecê-lo na íntegra) se baseia no replanejamento urbanístico da cidade e pretende descentralizar a lógica de São Paulo, que girará em torno de um novo eixo: a começar pela Avenida Cupecê (zona sul) e seguir pelas marginais Pinheiros e do Tietê -- fechando na Avenida Jacu Pêssego (zona leste).

"A análise dos números e a visualização dos mapas dos principais indicadores de São Paulo mostram que se trata de uma cidade profundamente desigual e desequilibrada", introduz o plano. "As desigualdades e os desequilíbrios se constituíram ao longo do próprio processo histórico da formação da cidade. Foram poucas as autoridades estaduais e os prefeitos que pensaram e agiram na cidade a partir do planejamento. Muitos dos planos elaborados foram ficando amarelados ao longo no tempo, jazendo nas gavetas da burocracia e da ineficiência. Mudar os rumos e os sentidos dessa história não é fácil, mas é o que se propõe a candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura Municipal de São Paulo", continua o texto.

O plano prevê investimento de R$ 20 bilhões em obras viárias nos próximos quatro anos e espera a colaboração do governo federal. "Nunca ninguém apresentou uma proposta de redesenho urbano como nós estamos apresentando. É a primeira vez que rompemos com o paradigma de Prestes Maia", disse Haddad durante a apresentação do programa -- no modelo de Prestes Maia, que tem 80 anos, a metrópole se divide em cidade-dormitório e área de trabalho.

A reorganização deve ser estimulada por meio de incentivos fiscais. Haddad promete reduzir de 5% para 2% o ISS das empresas que forem para as regiões alvo e avalia zerar o IPTU das iniciativas que se deslocarem das regiões de maior para menor demanda imobiliária. "Ninguém vai morar mais em bairro-dormitório", disse o candidato. "O projeto promove a descentralização do desenvolvimento da cidade de maneira a levar esperança para a população do extremo sul e leste de forma que eles terão uma cidade ao seu alcance", completou.

A ideia, grosso modo, é evitar tanto deslocamento, que chega a parar a cidade nos horários de pico. No plano estratégico, também os projetos de educação, saúde e cultura devem seguir essa lógica e escapar das regiões do centro e das Avenidas Faria Lima, Paulista e Engenheiro Luiz Carlos Berrini. Vingando o sistema, as subprefeituras voltam a cumprir seu papel de administrar 'pequenas cidades'.

"O fato é que, desde a década de 1940 até hoje, a cidade de São Paulo vem crescendo baseada em um modelo de desigualdade socioterritorial, conhecido por espoliação urbana, no qual o desigual acesso à infraestrutura urbana, serviços públicos, mobilidade e empregos agrava a exclusão gerada pela baixa remuneração do trabalho", diz o texto. "Esse quadro é marcado por um processo de concentração da habitação popular nas periferias desqualificadas, o que constitui o pior cenário para as grandes metrópoles modernas", segue o programa. "Nos últimos anos, com a retomada do crescimento econômico do País, aumento do emprego, maior acesso ao crédito e implantação dos programas sociais, a situação econômica da população melhorou, mas a falta de uma política urbana, fundiária e habitacional no município, associada a um intenso processo de especulação imobiliária, agravou os processos de exclusão territorial", critica o texto. 

Mobilidade

Além de reorganizar a cidade, o plano prevê a construção de 150 quilômetros de corredores de ônibus em faixas exclusivas. Também está nele a já apresentada proposta do bilhete único mensal e semanal. "Tem no mundo inteiro, mas aqui é um retrocesso (a proposta)", ironizou Haddad, aludindo às críticas do PSDB ao projeto. Há no plano ainda a sugestão ao governo estadual de estender a Linha 3-Vermelha do metrô da Barra Funda à Lapa, integrar por via subterrânea as estações Barra Funda e Brás, antecipar a inauguração da estação Pirituba da Linha 6-Laranja do Metrô, estender a Linha 2-Verde da Vila Madalena até Cerro Corá e ampliar da linha 5-Lilás de Capão Redondo até o Jardim Ângela.

Do Brasil247

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