"Nunca ninguém apresentou uma proposta
de redesenho urbano como nós estamos apresentando", disse o candidato do
PT à Prefeitura de São Paulo; o plano é extinguir o "bairro-dormitório"
ao desenvolver regiões marginais, o que evitaria tanto deslocamento
pela cidade.
"A análise dos números e a visualização dos mapas dos principais
indicadores de São Paulo mostram que se trata de uma cidade
profundamente desigual e desequilibrada", introduz o plano. "As
desigualdades e os desequilíbrios se constituíram ao longo do próprio
processo histórico da formação da cidade. Foram poucas as autoridades
estaduais e os prefeitos que pensaram e agiram na cidade a partir do
planejamento. Muitos dos planos elaborados foram ficando amarelados ao
longo no tempo, jazendo nas gavetas da burocracia e da ineficiência.
Mudar os rumos e os sentidos dessa história não é fácil, mas é o que se
propõe a candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura Municipal de São
Paulo", continua o texto.
O plano prevê investimento de R$ 20 bilhões em obras viárias nos
próximos quatro anos e espera a colaboração do governo federal. "Nunca
ninguém apresentou uma proposta de redesenho urbano como nós estamos
apresentando. É a primeira vez que rompemos com o paradigma de Prestes
Maia", disse Haddad durante a apresentação do programa -- no modelo de
Prestes Maia, que tem 80 anos, a metrópole se divide em
cidade-dormitório e área de trabalho.
A reorganização deve ser estimulada por meio de incentivos fiscais.
Haddad promete reduzir de 5% para 2% o ISS das empresas que forem para
as regiões alvo e avalia zerar o IPTU das iniciativas que se deslocarem
das regiões de maior para menor demanda imobiliária. "Ninguém vai morar
mais em bairro-dormitório", disse o candidato. "O projeto promove a
descentralização do desenvolvimento da cidade de maneira a levar
esperança para a população do extremo sul e leste de forma que eles
terão uma cidade ao seu alcance", completou.
A ideia, grosso modo, é evitar tanto deslocamento, que chega a parar a
cidade nos horários de pico. No plano estratégico, também os projetos
de educação, saúde e cultura devem seguir essa lógica e escapar das
regiões do centro e das Avenidas Faria Lima, Paulista e Engenheiro Luiz
Carlos Berrini. Vingando o sistema, as subprefeituras voltam a cumprir
seu papel de administrar 'pequenas cidades'.
"O fato é que, desde a década de 1940 até hoje, a cidade de São Paulo
vem crescendo baseada em um modelo de desigualdade socioterritorial,
conhecido por espoliação urbana, no qual o desigual acesso à
infraestrutura urbana, serviços públicos, mobilidade e empregos agrava a
exclusão gerada pela baixa remuneração do trabalho", diz o texto. "Esse
quadro é marcado por um processo de concentração da habitação popular
nas periferias desqualificadas, o que constitui o pior cenário para as
grandes metrópoles modernas", segue o programa. "Nos últimos anos, com a
retomada do crescimento econômico do País, aumento do emprego, maior
acesso ao crédito e implantação dos programas sociais, a situação
econômica da população melhorou, mas a falta de uma política urbana,
fundiária e habitacional no município, associada a um intenso processo
de especulação imobiliária, agravou os processos de exclusão
territorial", critica o texto.
Mobilidade
Além de reorganizar a cidade, o plano prevê a construção de 150
quilômetros de corredores de ônibus em faixas exclusivas. Também está
nele a já apresentada proposta do bilhete único mensal e semanal. "Tem
no mundo inteiro, mas aqui é um retrocesso (a proposta)", ironizou
Haddad, aludindo às críticas do PSDB ao projeto. Há no plano ainda
a sugestão ao governo estadual de estender a Linha 3-Vermelha do metrô
da Barra Funda à Lapa, integrar por via subterrânea as estações Barra
Funda e Brás, antecipar a inauguração da estação Pirituba da Linha
6-Laranja do Metrô, estender a Linha 2-Verde da Vila Madalena até Cerro
Corá e ampliar da linha 5-Lilás de Capão Redondo até o Jardim Ângela.
Do Brasil247
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