Há fortes rumores no
mercado editorial de que o ex-todo-poderoso redator-chefe da Revista
Veja, Mario Sabino, está voltando para a editora Abril. Por enquanto o
cargo que irá ocupar é desconhecido. Sabino, para os que têm memória
curta, foi um dos pivôs do Dossiê Veja, um dos mais importantes relatos
jornalísticos sobre a política editorial daquela que já foi a maior e
mais importante revista semanal do país, mas que se entregou à oposição
rasteira, e partiu para o assassinato de reputações, depois de 2003.
Grampos, escutas e invasões são todos obra da "nova política" editorial
da revista.
Na ocasião de sua
saída, em novembro de dois mil e onze, o diretor de Redação de Veja,
Eurípedes Alcântara, escreveu: "Perco o convívio de um amigo, mas não a
sua amizade. Fica conosco sua lição de profissionalismo intenso e de
apego exacerbado à busca da verdade, para ele mais do que uma simples
virtude, uma razão de vida." A nota, publicada em primeira mão, salvo
engano, pelo jornalista Ricardo Noblat, dO Globo, dizia também que
Sabino estava "...determinado a deixar a profissão." Ao que parece,
agora, ter mudado de ideia.
Logo depois de
deixar a Veja, o jornalista tentou carreira numa agência de notícias, a
CDN, mas não deu certo. Conseguiu ficar apenas 17 dias no novo emprego
de vice-presidente associado. A Companhia de Notícias é considerada
uma das mais importantes agências de notícias do país. Sabino, Mainardi
e Reinaldo Azevedo fazem parte do trio que ficou conhecido os
"pitbulls" do jornalismo brasileiro. São militantes convictos do
neo-conservadorismo brasileiro. São anti-petitas declarados e praticam
uma crítica truculenta e rasteira.
Para
Luis Nassif, "...nenhum personagem contemporâneo exprimiu de forma tão
explícita esse binômio mediocridade-inveja quanto o ex-diretor de Veja.
Nos diversos órgãos de imprensa pelos quais passou, ele se notabilizou
pelo ódio intestino, malcheiroso, destrutivo, contra qualquer centelha
de talento que passasse por seus olhos."
Nassif chegou a ser
processado por danos morais, mas, em maio último, o Tribunal de Justiça
de São Paulo não reconheceu o pedido de Sabino. A autoridade
judiciária entendeu que Nassif exerceu seu direito de crítica, ao
apontar os defeitos do colega à frente da Veja. O acórdão diz que "não
se evidencia qualquer intuito ofensivo de caráter pessoal nos
comentários, ainda que por vezes contundentes."
A volta de Sabino
para a Abril permite testar(*) ao menos uma hipótese: "Não se larga um
líder ferido na estrada em troca de nada..." Sabino é hoje um
atormentado homem-bomba, prestes a explodir. Acha que pagou um preço
muito alto sendo "sacado" da engrenagem de Veja. Como é de conhecimento
até do reino mineral, o ex-redator-chefe conhece os bastidores de
todas as capas da revista nos últimos 8 anos e sabe como ninguém como a
dupla Cachoeira-Policarpo emplacava suas denúncias nas páginas da
revista.
(*) Testar hipóteses
é uma tese exdrúxula defendida por outro jornalista polêmico, que usa o
bom jornalismo a serviço de causas pessoais e ideológicas: Ali Kamel.
Do DoLaDoDeLá
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