Guerrilheiro Virtual

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

PSTU deveria voltar à escolinha de marxismo

Para fazer suas críticas ao capitalismo, Karl Marx teve a sabedoria de estudar e separar bem a burguesia da nobreza, analisando-as como estágios diferentes.

Por isso é incompreensível partidos que se intitulam marxistas, como o PSTU, irem à TV no horário eleitoral dizer que os governos trabalhistas, como do PT, e neoliberais, como do PSDB, são a mesma coisa, quando estão cansados de saber que são completamente diferentes, e quem mais sente a diferença na própria pele é justamente o trabalhador e os brasileiros mais pobres.

Isso é populismo ideológico barato. É apostar na desinformação do trabalhador. É abandonar princípios por pragmatismo em busca do poder, através da crítica fácil, mas caricata e mentirosa.

O PT, como qualquer partido que queira se viabilizar como alternativa de poder popular democrática para hoje, precisa fazer alianças e concessões para construir maiorias e para ser governo. E as concessões feitas começam, antes de tudo, por ceder ao povo, que não vota em massa nos extremos. O povo quer mudanças, sim, mas, hoje, ainda vota pendendo para o centro. No poder executivo elegeu a esquerda desde 2002, mas só votou em Lula quando teve garantia de que faria um governo sem radicalismos extremos. No poder legislativo e em muitos governos estaduais e municipais, o eixo ainda pende para a centro-direita, apesar dos avanços.

Ao longo do século XX, as famílias tornaram-se socialistas em seu seio (ainda que não se dêem conta disto), afinal passaram a tratar todos os filhos e filhas, primogênitos e mais novos com igualdade. Durante o século XXI, da mesma forma, a tendência é a sociedade toda ir também se tornando mais socialista, mais justa e mais igualitária. Os governos do PT, com todos os obstáculos que encontra pela frente, tem andado nesta direção, através da erradicação da pobreza e da transformação em uma nação de classe média. O Brasil de 2012 já é significativamente diferente do Brasil de 2002. Em 2022, o Brasil tem tudo para ser um país com outra feição, deixando para o passado os bolsões de subdesenvolvimento.

Os governos do PT tem sabido exercer seu papel histórico nesta conjuntura. Os partidos mais extremistas de esquerda ainda não entenderam seu próprio papel neste momento histórico, que não é negar os avanços dos governos petistas, e muito menos colocar em risco as conquistas dos trabalhadores e mais pobres, dizendo que tanto faz se houver retrocesso (uma versão do "quanto pior, melhor"). Seu papel deveria ser oferecer propostas honestas ao povo para além das conquistas em curso, mas a partir do atual estágio, sem desdenhar das conquistas dos mais pobres e respeitando o povo brasileiro, com suas necessidades e suas exigências de ser bem informado para adquirir confiança na hora de votar de forma mais ousada.

Um bom começo para estes partidos seria reconhecer os estágios diferentes no processo histórico brasileiro antes e depois de 2002. Marx faria isso se fosse vivo no Brasil de hoje.

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