Nesta semana, o candidato à Prefeitura de São Paulo palo PRB, Celso Russomano, viu seu nome envolvido na CPI do Cachoeira.
O candidato foi citado por um dos investigados do esquema de Cachoeira
em uma discussão sobre envio de dinheiro ao exterior, segundo
informações do jornal Correio Braziliense. Segundo as denúncias, os
suspeitos teriam procurado um contato em São Paulo para fazer a entrega
do dinheiro. O jornal afirma que o contato, identificado pela polícia
como Fábio, teria o controle do dinheiro de Russomanno no exterior.
As denúncias levaram o deputado Rubens Bueno, líder da bancada do PPS na
Câmara, a convocar o candidato à Prefeitura de São Paulo para depor na
CPI.
Ao se defender das acusações, Russomano proferiu a seguinte frase; “É só estar bem nas pesquisas para virar alvo, já sou alvo há muito tempo“.
Se estivesse na pele de Russomano faria uma verificação nas linhas
telefônicas, analisava bem quem são as pessoas próximas a mim e ainda
comprava uma boa réstia de alho e muita água benta.
Cito aqui três casos para justificar minha sugestão a Russomano:
Roseana Sarney
O dossiê mais conhecido contra um adversário teve como alvo a então
candidata a presidente da República, Roseana Sarney, em 2002.
O jurista Saulo Ramos, que até onde consta não é um “blogueiro sujo”. No
livro Código da Vida, revela que o dossiê foi motivado pelo crescimento
de Roseana nas pesquisas. “E de repente, sem que estivesse previsto, o
PFL lançou Roseana Sarney. Seu nome foi um impacto. Subiu nas pesquisas,
Serra ficou para trás e, em todas as simulações de segundo turno, era a
única capaz de derrotar Lula”. A partir daí ocorreu a investigação
contra Roseana. “Uma das mais cínicas maroteiras da história
republicana”, na opinião do autor.
O jurista descreve o caso: “Fernando Henrique Cardoso mandou montar um
grupo especializado e treinado para fazer espionagem. A justificativa:
vigiar o controle dos preços dos remédios, o cartel dos laboratórios.
José Serra, então Ministro da Saúde, havia sido perseguido pelos
militares. Sabia bem como os governos eram poderosos nessa
especialidade. Fernando Henrique o convenceu a aceitar a maquinação
porque dizia ser em favor de sua candidatura a Presidente da República.
Serra caiu na conversa”. Saulo Ramos acrescenta: “O objetivo era montar a
estratégia política da candidatura de Serra à Presidência da República e
desenvolver ações de espionagem e denúncias contra possíveis
opositores. Para tanto, Aloysio Nunes Ferreira, Ministro da Justiça [o
mesmo do dossiê Tasso] mandou instalar uma estação de escuta em São
Luís.
De acordo com Ramos, “essa “estação” foi descoberta, e o Ministro da
Justiça justificou que se destinava a combater o narcotráfico. (…) São
Luís nunca esteve na rota da cocaína. Nem no Rio de Janeiro havia uma
estação como aquela”.
Depois que a revista Época, da editora Globo, publicou edição com o
escândalo que envolvia Roseana, ela desistiu da candidatura à
Presidência, apoiou Lula e candidatou-se ao Senado, sendo eleita.
Caso Tasso Jereissati
No dia 12 de junho de 2010, a jornalista Christiane Samarco revelou, em
reportagem do Estado de S.Paulo, que o então governador Mário Covas, já
adoentado, recebeu em 2000 a visita de Tasso Jereissati, na época
governador do Ceará, comunicando-lhe que estava impedido de ser
candidato a Presidência e o apoiava para o cargo, dizendo que “essa
disputa vai ficar entre você e o Serra. E meu candidato é você”.
Além de Mário Covas, o ex-governador do Ceará tinha também o apoio do
PFL de Antônio Carlos Magalhães, mas mesmo assim desistiu da
candidatura.A reclamação de Jereissati foi a de que “setores do PSDB no
governo” estariam dificultando a liberação de recursos para o Ceará e
investigando sua vida.
De acordo com a reportagem, ao chegar ao palácio da Alvorada para
comunicar sua desistência a FHC, Tasso se encontrou com o ex-ministro da
Justiça e secretário-geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira, a
quem o ex-governador do Ceará atribuía uma operação da Polícia Federal
que colocou agentes em seu encalço numa investigação de lavagem de
dinheiro.
Nesse encontro, segundo o Estado de S. Paulo, houve um bate-boca entre Jereissati e Aloysio Nunes.
“Vocês jogam sujo!”, disse Tasso. (…) “Vocês quem?”, quis saber Aloysio.
(…) “Você…o Serra… Vocês estão jogando sujo e eu estou saindo (da
disputa presidencial) por causa de gente como você que está me fodendo
nesse governo” reagiu Tasso. (…) “Jogando sujo é a puta que o pariu”,
berrou Aloysio, já partindo para cima do governador. Fora do controle e
vermelho de raiva, Tasso chegou a arrancar o paletó e os dois armaram os
punhos para distribuir os socos. Foi preciso que o governador do Pará,
Almir Gabriel, apartasse a briga, enquanto FHC, incrédulo, pedia calma.
Caso Paulo Renato de Souza
Quando Serra era ministro da Saúde e o ex-delegado da Polícia Federal e
deputado, Marcelo Itagiba, cuidava da “inteligência” da pasta, circulou
um dossiê contra Paulo Renato de Souza, então ministro da Educação. À
época, Souza planejava disputar com Serra a indicação do PSDB à
presidência. Serra levou a melhor e foi candidato em 2002.
Portanto, meus amigos, sem querer defender ou acusar quem quer que seja,
quem você acha que é o suspeito número 1 de tramar o Caso Russomano?
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