A sessão do Senado desta quarta-feira (12) acabou se transformando num
ato político de solidariedade à senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM),
candidata à prefeita de Manaus. Na terça-feira (11), antes do debate
da TV Em Tempo, ela sofreu agressões de cabos eleitorais supostamente
ligados ao candidato Arthur Virgílio Neto (PSDB) que jogaram ovo e
cuspiram na candidata. A senadora levou fotos ao plenário do grupo de
pessoas de onde partiu a violência.
“Foi um ato planejado, um ato que partiu de um grupo que foi para a
frente da emissora de forma organizada, (...) a serviço de um candidato
concorrente, portava bonecas que representavam bruxas, cartazes
denegrindo a minha imagem e ovos na mão (...). Sofri uma agressão como
nunca a cidade de Manaus viu nos últimos tempos”, discursou a senadora.
Ela expediu um ofício ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP),
para que reforce um pedido de apuração feito à polícia e ao Tribunal
Regional Eleitoral (TRE) do Amazonas.
“Não compreendemos como possa ser vítima de uma agressão dessa
natureza, porque ela não só a atinge, mas atinge todos nós e o País,
porque os costumes políticos que levam a esse tipo de procedimento
realmente denigrem o próprio País, onde estamos assistindo, e temos
assistido sempre, à festa da democracia, que têm sido as eleições.
Senadora Vanessa, a senhora teve a solidariedade da Casa, de todos nós, e
acredito que terá do povo amazonense”, disse Sarney, após outros se
posicionarem.
Primeiro a prestar solidariedade, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM),
lembrou que os amazonenses não têm a tradição de um povo truculento e
agressivo. “Não conheço isso na história de 30 anos da vida pública do
Amazonas”, reagiu.
Denúncia
Ao prestar solidariedade à colega, o senador Magno Malta (PR-ES) fez
uma denúncia: “Quero dizer ao Brasil e à senadora que o que estão
preparando para ela ou o que tentavam preparar é absolutamente pior.
Tenho recebido no meu gabinete telefonemas. E já recebi uma equipe de
gravação, vinda de Manaus, para me gravar, dizendo-me que eu deveria
fazer uma palavra, falando tão somente que eu afirmava que a senadora
Vanessa Grazzotin era a favor do aborto”, acusou. “Nunca conheci a
senadora como abortista. E, se fosse, eu não o faria”.
“Receba de mim este apoio. Eu precisava revelar em plenário os convites
e os apelos que tenho recebido, dizendo o seguinte: se você gravar
isso e entrar no ar em Manaus, acaba a campanha de Vanessa Grazziotin.
Isso é muito indigno, senhor presidente!”, protestou Malta.
O ex-ministro Alfredo Nascimento (PR-AM), que apoia o candidato do seu
partido em Manaus, fez o que ele considerou o primeiro pedido ao
governador Omar Aziz para que a Secretaria de Segurança do seu governo
“instale imediatamente uma investigação para apurar os responsáveis por
esse ato desonesto cometido contra a senadora Vanessa”.
A vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT-SP), que assume hoje
(13) como ministra da Cultura, reagiu com indignação: “E eu digo uma
coisa, senador Eduardo Braga: alguém que faz isso com uma adversária –
com qualquer adversário, mas com uma adversária – perdeu a eleição ali!
Eu acredito que nós temos que ser respeitados como políticos, e
mulheres políticas têm que ser respeitadas muito mais! Toda a minha
solidariedade, senadora Vanessa, e tenho certeza de que o povo de
Manaus saberá honrá-la”.
Ainda prestaram solidariedade à senadora, Ana Amélia (PP-RS), João
Capiberibe (PSB-AP), Lídice da Mata (PSB-BA) e Eduardo Suplicy (PT-SP).
No Vanessa65
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