O resultado do primeiro turno das eleições municipais deve acelerar o
processo de extinção do DEM - sigla que reúne a velha oligarquia que
bancou a ditadura militar (com o nome de Arena), a ofensiva neoliberal
no reinado de FHC (com o nome de PFL) e que tentou se travestir de
"democratas" no governo Lula. A sigla já estava em declínio - nas
eleições de 2010, ela elegeu apenas 45 deputados federais (no passado
chegou a ter mais de 100 parlamentares); já em 2011, ela sofreu outro
duro baque com a formação do PSD pelo ex-demo Gilberto Kassab. Agora, no
pleito deste domingo, a hemorragia voltou a se manifestar.
Nas eleições municipais de 2000, ainda com o nome de
Partido da Frente Liberal, os demos elegeram 1025 prefeitos e o PFL se
tornou o segundo maior partido do país. No pleito seguinte, em 2004, já
no governo de Lula, ele caiu para 789 prefeituras no primeiro turno. Um
novo tombo ocorreu em 2008, já com o nome fantasia de "democratas",
quando a sigla elegeu 495 prefeitos e passou a ocupar a quinta posição
entre os maiores partidos brasileiros. Agora, em 2012, o DEM ganhou
apenas em 275 cidades - caindo para o nono lugar na lista das legendas
com mais prefeituras. Um declínio acentuado e, aparentemente,
irreversível!
Já os que saíram do DEM e fundaram o Partido Social Democrático (PSD),
por discordarem da oposição raivosa dos demos ou por puro pragmatismo
eleitoral, acabaram se dando bem no pleito de domingo. A nova sigla
conquistou 492 cidades no primeiro turno e agora ocupa o quarto lugar
entre os partidos com maior número de prefeitos no país. O PSD ficou
atrás apenas do PMDB (1023 vitórias), do PSDB (692) e do PT (628). A
legenda comandada por Gilberto Kassab ainda disputará o segundo turno em
Florianópolis (SC), Joinville (SC), Ribeirão Preto (SP) e Londrina
(PR), todas cidades com mais de 400 mil habitantes.
Diante deste cenário dramático, o DEM apostará todas as suas fichas no
segundo turno de Salvador, com a candidatura do neto do coronel ACM, o
"grampinho". Não que esta contenda defina o futuro da velha sigla da
direita nativa. Uma vitória na capital baiana apenas dará maior poder de
barganha para os demos, que já retomaram o debate sobre a extinção da
desgastada e declinante legenda. Há quem defenda o ingresso no PMDB, o
"partido-ônibus" que acomoda muita gente - como dizia o velho Ulysses
Guimarães. Já um outro setor defende a fusão com o PSDB e o PPS por
afinidades "ideológicas" - todos são neoliberais!
Do Blog do Miro
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