Veja aqui o que o Partido da Imprensa Golpista (PIG- Partido da Imprensa Golpista) não mostra!
Por Eduardo Guimarães
A região metropolitana de São Paulo –
capital e cidades do entorno – está sob um legítimo ataque terrorista.
Muito mais grave, até, do que os que ocorrem no Oriente Médio.
A diferença é que as pessoas, na maioria das vezes, não são mortas por atacado, mas as mortes se prolongam por meses a fio e ocorrem todos os dias.
Nos últimos meses, porém, o problema se agravou além do suportável.
Quando cai a noite, na mesma periferia da
capital que acaba de eleger Fernando Haddad essas mortes chegam – ou
ultrapassam – uma dezena por dia.
Escolas, estabelecimentos comerciais e as
populações desses bairros têm que obedecer a toque de recolher da facção
criminosa PCC.
Policiais aterrorizados, ameaçados por
execuções sumárias, contribuem para engrossar as estatísticas macabras
atirando primeiro e perguntando depois.
A imprensa paulista se limita a relatar a
situação e, pasme-se, a alardear “êxitos” do governo do Estado no
combate aos criminosos. E não faz uma mísera crítica às autoridades
locais.
Apesar de a Segurança Pública ser
responsabilidade direta do governo do Estado, a questão é apresentada
como de responsabilidade principal do governo federal.
No último domingo, no programa Domingo
Espetacular, da Record, a cobertura discreta e sóbria sobre uma situação
de virtual guerra civil foi apresentada de forma mais realista.
Todavia, o mais próximo que
chegou de criticar o governo do Estado foi relatar um “acordo” entre
esse governo e o PCC lá em 2006, quando o problema começou a se agravar.
Os colunistas dos jornais locais,
sobretudo dos grandes – Folha de São Paulo e Estadão – ou das revistas
semanais, todas sediadas na capital paulista, não fizeram, até aqui, uma
só crítica ao governador Geraldo Alckmin.
Talvez a falta de críticas a autoridades
se explique porque o problema (ainda) não chegou aos bairros do centro
expandido da capital.
Nesse momento, vem à mente a cobertura do
“caos aéreo”, anos atrás. Durante meses, todo santo dia o governo
federal era trucidado em horário nobre e nas manchetes dos jornais. Os
colunistas tinham ataques histéricos dia sim, outro também.
As centenas de mortes por execução sumária
praticadas pela polícia ou por bandidos parecem ter muito menos
importância do que voos atrasados e madames histéricas.
Detalhe: o governo do Estado comanda as
polícias civil e militar e o sistema carcerário. O governo federal só
pode agir diretamente com permissão de Geraldo Alckmin, que não autoriza
para não passar recibo do seu fracasso na Segurança.
Agora, pressionado pelo desastre, Alckmin
aceitou apenas colaboração em termos de “inteligência”, mas continua
resistindo a tropas federais.
Aí a explicação para a vitória do PT na
maior cidade do país, reduto do partido do governador. Vitória que
ocorreu justamente por ação dessa periferia abandonada em plena guerra
civil.
Para poupar o governo do Estado, nenhum
nível de governo está sendo criticado pela mídia. Quando essa tragédia
chegar aos bairros “nobres”, a culpa será jogada no governo federal.
A situação em São Paulo só chegou a esse
ponto porque, desde que o problema se agravou lá em 2006, a imprensa
paulista blindou os responsáveis, que deitaram sobre a moleza.
Sintonia Fina
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