Esse Exército é Uma Piada
Sem nunca ter perdido uma eleição popular, governador de Goiás já faz a
diferença na campanha do presidenciável Aécio Neves; discurso no qual
chamou ex-presidente Lula de "canalha", na convenção partidária, marcou
pelo aguerrimento; nos bastidores, Marconi Perillo coordenou apoio dos
outros seis governadores tucanos ao senador mineiro; resultados da
economia de seu Estado, maior criador de empregos do Brasil, darão
estofo para discurso desenvolvimentista de Aécio; "Farei campanha pelo
Aécio como faria para mim mesmo", diz governador goiano
247 – O presidenciável tucano Aécio Neves já tem um general de quatro
estrelas para comandar sua campanha em 2014. Invicto nas seis eleições
que disputou em Goiás, onde cumpre seu terceiro mandato como governador
depois ter sido deputado estadual, federal e senador eleito com 75% dos
votos do Estado, Marconi Perillo acaba de assumir esse papel.
No final de semana, na convenção tucana de discursos dúbios como o do
ex-governador José Serra e monocórdicos tal qual o do governador Geraldo
Alckmin, Perillo se destacou ao assumir a linha de frente da guerra que
virá contra o PT da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula.
Chamou para si todo o peso desse combate, especialmente contra Lula, a
quem classificou, por duas vezes, como "canalha".
Mas não é apenas pela capacidade de bater duro que Perillo mereceu mais
de uma citação de agradecimento no discurso de encerramento feito pelo
próprio Aécio. Nos bastidores tucanos, Perillo foi o primeiro entre os
governadores do partido a trabalhar abertamente pela escolha do senador
mineiro tanto para a presidência do PSDB como para candidato a
presidente em 2014.
Após o ex-presidente Fernando Henrique lançar o
nome de Aécio como presidenciável, em dezembro último, as primeiras
repercussões internas foram de cautela. Para quebrar o gelo, Perillo
saiu a campo.
CPI SUPERADA -
"Chega de muro. O PSDB é garra", diz ele a amigos e correligionários.
Político que diz ter informado a Lula, quando presidente, sobre uma
situação de parlamentares recebendo propina para atuar pelo governo,
Perillo tornou-se adversário figadal do PT e foi alvejado durante a CPI
do Cachoeira, no ano passado, sob suspeitas de ligações com o
contraventor. Ele não chegou, porém, a ser acusado formalmente e, com um
longo depoimento à CPI, convenceu os parlamentares.
Com a retaguarda resolvida, o governador passou, então, a agir por
Aécio. Em Brasília, numa reunião decisiva com o pré-candidato e todos os
governadores do partido presentes, no final de março, o titular de
Goiás foi o primeiro a tomar a palavra e dizer ao mineiro que era hora
de assumir a candidatura. De quebra, cobrou de seu colega Alckmin, que
até ali procurava equilibrar-se entre Aécio e o ex-governador José
Serra, uma definição.
"Eu tenho dito ao Aécio que para ser presidente tem de querer muito, ser
muito claro nisso, dar ênfase e provar a todos que você não pensa em
outra coisa, que não quer outra coisa senão comandar o País, ensina
Perillo. "E Aécio vem assumindo cada vez mais essa postura, tanto que
está crescendo".
CERCO A SERRA -
Quanto a Alckmin, Perillo o convenceu, naquele mesmo encontro em
Brasília, a telefonar para Serra e informar que o tempo para
dissidências chegara ao fim. Esse movimento interno de tropa se mostra,
até aqui, acertado. A partir do encontro entre Aécio e os governadores,
Serra passou a ter seu espaço de manobra estreitado. Tentou,
surpreendido pelo timing do governador goiano, articular-se com o PSB de
Eduardo Campos e estimular a criação do Mobilização Democrática (MD),
de Roberto Freire. Serra ainda está, porém, dentro do PSDB e, ao pelo
menos adiar sua saída, já atrapalha menos a Aécio do que faria com um
rumoroso racha.
Além da experiência política – Perillo é discípulo do ex-governador
Henrique Santillo e desde cedo, quando elegeu-se presidente da juventude
do PMDB, conviveu com 'doutores' do ramo, como Ulysses Guimarães e o
próprio Tancredo Neves -, o governador, aos 50 anos de idade, tem algo
precioso para acrescentar à campanha de Aécio: os resultados de sua
própria administração em Goiás.
Para uma eleição em que, projeta-se, a economia estará no centro do
debate, Perillo agrega ao PSDB um modelo de administração que
transformou Goiás no Estado que mais gera empregos no Brasil. Do
resultado do mês de abril, um total de 10% das 196 mil novas vagas de
trabalho no mercado brasileiro foram abertas em Goiás. Desde suas duas
primeiras gestões, a partir de 1999, ele potencializou a vocação
agropecuária do Estado, agregando a ela um forte programa de
industrialização. Hoje, Goiás atrai empresas cujas matrizes ficam em
diferentes regiões do País, mas que ali encontram espaço físico, mercado
de consumo e infraestrutura para crescer em forma de novas unidades. O
Estado foi divido em regiões de desenvolvimento e é comum, agora, ao
longo de grandes rodovias, avistar-se fábricas enormes convivendo com
grandes plantações de soja.
Antes mesmo dos governos petistas, Perillo instalou em seu Estado uma
série de programas sociais, com os quais atende grandes camadas da
população mais carente. Ele começou realizando mutirões de saúde e
cidadania, nos quais era possível fazer exames de vista e receber na
hora óculos adequados, passar por um primeiro tratamento dentário ou
simplesmente tirar uma carteira de identidade. Com a repercussão
positiva, criou novos, de transferência de renda, que funcionam até
hoje.
O exemplo de Goiás como Estado tucano que dá certo sem dúvida será usado
por Aécio para dar sustentação às suas propostas para o crescimento
econômico. Perillo será candidato à reeleição ao governo estadual, é
fiel ao presidente tucano Aécio e se vê em condições de mostrar ao País
um exemplo regional de pujança. Sua quarta estrela é a gana para
derrotar o arqui-inimigo PT e seu marechal Lula. Numa guerra, ter
vontade para vencer é sempre muito útil.
Do Amoral Nato
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