Guerrilheiro Virtual

quarta-feira, 22 de maio de 2013

MORRE RUY MESQUITA - PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA PERDE UM DOS SEUS MAIS "VALOROSOS" INTEGRANTES

A morte de Ruy Mesquita, jornalista e dono do ESTADÃO, faz parte da ordem natural das coisas. É o enigma pelo qual quem nasce, terá de passar inexoravelmente um dia. 

Não desejo e não comemoro a morte de quem quer que seja, além é claro de respeitar a dor daqueles que eram próximos do falecido. Não faço parte também, do grupo que tende para a hipocrisia de transformar em "santo" a quem morre. Sempre fui um crítico do tipo de jornalismo que o Estadão faz, apoiador do conservadorismo, defensor dos interesses das elites bolorentas do Brasil, subserviente aos interesses dos grupos econômicos e que de forma seletiva combate os desmandos e desvios que ocorrem no cenário da política brasileira. O ESTADÃO se conduz dentro de uma linha jornalística que defende grupos e bandeiras que são contrárias aos verdadeiros interesses e necessidades do povo brasileiro. Como eu combato ideias e atitudes, e não pessoas em si, e os herdeiros vão dar continuidade ao que o ESTADÃO sempre fez, a morte de Ruy Mesquita não muda nada.

O ESTADÃO INFORMA A MORTE ASSIM

Seguindo a tradição da família, Ruy Mesquita foi um defensor da liberdade, da democracia e da livre-iniciativa, princípios que sempre nortearam a linha editorial do Estado. Ao longo de seus 88 anos, teve participação ativa em momentos importantes da história do Brasil e da América Latina. Presenciou o início da revolução em Cuba, nos anos 50, e foi homenageado pelos irmãos Castro. Depois, tornou-se crítico contumaz do regime.

Reuniu-se com militares antes do golpe de 1964, que apoiou, em nome da defesa da democracia, mas, assim como seu pai e seu irmão, também passou a criticar a ditadura. Os três lideraram uma das mais emblemáticas resistências à censura prévia, substituindo as reportagens cortadas por poemas e receitas.

Aos 88 anos, Ruy manteve sua rotina de trabalho até a véspera da internação. Responsável pela opinião do Estado desde a morte de seu irmão Julio de Mesquita Neto, em 1996, ele se reunia diariamente com os editorialistas para definir as tradicionais "Notas & Informações" da página 3. De hábitos reclusos, dividia seu tempo entre o jornal e a casa, onde se dedicava a leituras. Deixa a mulher, Laura Maria Sampaio Lara Mesquita, os filhos Ruy, Fernão, Rodrigo e João, 12 netos e um bisneto. O velório será na casa da família. O enterro ocorrerá às 15 horas no Cemitério da Consolação.

A NOTA DE DILMA

Dilma Rousseff
Presidente
"Ruy Mesquita foi um homem de convicções. Diretor do jornal O Estado de S. Paulo, criador do inovador Jornal da Tarde, Doutor Ruy - como era conhecido - foi símbolo de uma geração da imprensa brasileira. Neste momento de dor, presto a minha solidariedade à família e amigos."

NOTA SOBRE A NOTA DA PRESIDENTE

Dilma não foi hipócrita, Ruy tinha suas convicções, não são as nossas convicções, mas, respeitemos. Foi de fato símbolo de uma geração da imprensa brasileira, aquela que apoiou e cresceu durante o golpe militar de 64.
 

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