A presidente proferiu discurso que encerrou as comemorações dos 10 anos
de governo do PT e não decepcionou quem esperava posicionamento sobre as
manifestações que continuam a acontecer em todo o país; "Tudo o que nós
fizemos é apenas o começo. Nossa estratégia de desenvolvimento exige
mais. Por isso podemos ter certeza de que mais dez anos virão"; sobre "a
tão pleiteada, tão debatida e adiada reforma política", Dilma
responsabilizou o Congresso por ela não acontecer; a presidente
também comentou os ataques da oposição quanto à instabilidade econômica e
fez comparação com os antecessores do PT; "A verdade é que há
exatamente dez anos a inflação está absolutamente sob controle no
Brasil"
Bahia 247
Com discurso longo e firme, a presidente Dilma Rousseff encerrou nesta
quarta-feira em Salvador as comemorações dos 10 anos de governo do PT e
não decepcionou quem esperava posicionamento sobre as manifestações
populares que continuam a acontecer em todo o país.
A presidente voltou a falar do pacto (composto de cinco itens) proposto
como medida para atender às demandas do povo e responsabilizou
diretamente "os antecessores do (ex) presidente Lula" pela "falta de
desenvolvimento urbano e social do Brasil nos 25 anos" antes do petista.
Dilma seguiu a linha do ex-presidente e dos petistas em geral de que a
população está indo cobrar mais porque foi o governo do PT quem
proporcionou vida melhor.
"Queremos fazer mais e podemos fazer mais. Justamente porque fizemos o
que está de melhor aí agora. Quem fez o que nós fizemos é capaz de
promover ainda mais melhorias e aprimorar nosso trabalho pelo povo.
Democracia gera anseio por mais democracia. Tudo o que nós fizemos é
apenas o começo. Um começo de novas transformações, de transformações
mais avançadas. Nossa estratégia de desenvolvimento exige mais. Isso é o
que nos diferencia. Por isso podemos ter certeza de que 10 anos virão.
Mais dez anos de transformação são possíveis".
A presidente falou sobre mobilidade e citou como exemplo "absurdo um
trabalhador gastar três horas para ir trabalhar e mais três para voltar
para casa em São Paulo" e reforçou a importância do programa Mais
Médicos para suprir a demanda nas cidades do interior e nas áreas
carentes das metrópoles.
"Nós garantimos que a prioridade será sempre para preencher as vagas com
médicos brasileiros e formados no Brasil, sem necessariamente ser de
nacionalidade brasileira. O médico estrangeiro só será contratado se não
conseguirmos preencher o quadro do programa".
Sobre "a tão pleiteada, tão debatida e adiada reforma política", a
presidente responsabilizou o Congresso por ela não acontecer. "Só o
presidente Lula já mandou duas vezes uma reforma de proposta ao
Congresso. Não foi, presidente?". Lula respondeu que foram duas.
"Propus e enviei para o Congresso itens que poderão promover a reforma
política com consulta popular, através de um plebiscito. O povo tem que
balizar sobre o que quer que seja mudado. Sabemos que a estrutura
política precisa ser mudada e o PT tem o dever de liderar esse processo.
A melhoria de vida vem com a reivindicação. Precisamos urgentemente de
uma mudança no sistema político brasileiro, como resposta as
manifestações. A população tem queixas e isso faz parte do processo de
transformação".
A comandante do Executivo comentou sobre os ataques da oposição sobre a
instabilidade econômica e também fez comparação com os antecessores do
PT. "Vemos alguns falando e alarmando sobre os riscos da inflação, mas a
verdade é que há exatamente dez anos a inflação está absolutamente sob
controle no Brasil. Esse é o governo do PT".
Atraso e confusão do lado de fora
Marcado para as 17h, a festa só teve início depois das 19h e desde cedo
manifestantes do Movimento Passe Livre, médicos, pescadores e
marisqueiros faziam protesto em frente ao hotel Othon Palace, inclusive
com interdição da Avenida Oceânica.
Duas confusões aconteceram, mas nenhuma relacionada às manifestações. Um
grupo do MST foi impedido de entrar porque estava sem credenciamento.
Houve empurra-empurra e os seguranças não conseguiram contê-los.
No outro episódio, Daniele Ferreira, da União Nacional de Estudantes
(UNE), acusou seguranças de racismo. Acompanhada por dois negros, ela
reclamou da revista feita nos rapazes. Segundo ela, foram os únicos
revistados.
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