O ex-presidente Lula tem usado boa parte de sua
agenda para encontros com movimentos jovens após as manifestações de
junho. Na semana passada, chamou ao Instituto Lula militantes,
representantes de movimentos sociais e redes sociais da internet.
Além de conversas com a UNE, juventude do PG do B, PT e de entidades
como MST e CUT, o petista convidou os grupos Existe Amor em SP e
Circuito Fora do Eixo para tentar entender o motivo dos protestos.
Segundo Pablo Capilé, do Fora do Eixo, os encontros com Lula mostraram
um líder político preocupado em abrir um "diálogo com a juventude".
Na reunião, ele defendeu como prioridades os temas de direitos humanos,
comunicação, meio ambiente, cultura e juventude. Para o secretário da
Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, também chamado para a conversa da
terça passada, há um interesse grande de Lula em entender as demandas.
"Os partidos foram longe demais na insensibilidade com os movimentos
populares", disse Ferreira.
Na última quinta-feira, Lula falou por quase três horas para" alunos da
Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Bernardo do Campo. Fez um
discurso cheio de informalidades, respondeu a perguntas da platéia, foi
aplaudido e deixou o auditório em meio a um empurra-empurra típico de
popstar. "Você é paraguaio?", perguntou Lula quando um estudante pedia
para posar com ele, enquanto seguranças tentavam impedir o assédio na
saída do palco, após a palestra no fim da tarde.
Lula encerrara a
conferência Nova Política. Externa da Universidade em auditório de 400
pessoas, lotado. Dezenas de alunos tentavam se aproximar da tietagem.
Não houve vaias no auditório. Ao discursar, Lula buscou interação com a platéia. "Mostra a faixa aqui
na frente" dísse a estudantes que protestavam no fundo do auditório.
"Aí atrás ninguém vai ver." O Protesto era um pedido de apoio dele em
favor de moradia estudantil "Quando vocês estiverem putos da vida, não
neguem a política; façam outro partido", pediu. Sem citar o grito de
"sem partidos" ouvido nas ruas, Lula disse que "a pior coisa que pode
acontecer no mundo é a gente aceitar a negação da política".
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