As mudanças na indústria naval - por Luis Nassif
Governo Lula reconstruiu a indústria naval brasileira. |
É engano.
Tome-se o que
está ocorrendo no setor naval. É uma revolução, um sucesso de política
industrial como não se via desde que a crise do petróleo, em fins dos
anos 70, liquidou com o sonho do país grande.
***
A revolução
começou quando surgiu o pré-sal e o então presidente Lula convocou a
Ministra-Chefe da Casa Civil Dilma Rousseff para a missão de devolver ao
setor naval brasileiro o brilho dos anos 70 - quando chegou a ser dos
maiores do mundo.
A política industrial foi traçada valendo-se de todas as ferramentas de que o governo passou a dispor, com o pré-sal:
1. Mudou-se o
sistema de exploração para partilha, conferindo à Petrobras o controle
sobre as operações do pré-sal. Ela se tornou a grande contratadora de
plataformas, navios, embarcações e serviços.
2. Definiram-se regras para conteúdo local, subordinadas à manutenção da competitividade internacional.
3. Juntaram-se
todos os agentes públicos e privados em dois fóruns, o Prominp - da
Petrobras e seus fornecedores - e o Plano Brasil Maior.
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Surgiram quatro
pólos robustos, dentro das três vocações básicas, conforme explicou
Augusto Mendonça, presidente da Abenave (Associação Brasileira das
Empresas do Setor Naval e OffShore), em seminário promovido pelo projeto
Brasilianas.org:
1. Construção de plataformas e sondas, base do polo do rio Grande do Sul.
2. Embarcações
especializadas, forte concentraçãoem Santa Catarina, com 4 estaleiros em
operação e um em implantação, para embarcações de apoio.
3. Construção de navios, polo em Pernambuco, com dois estaleiros.
4. Polo do Rio de Janeiro, representando mais de 50% da indústria, com estaleiros nas três atividades.
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No total, já
existem 26 estaleiros em operação e 11 em implantação, que estarão
operando a plena carga até 2016. No momento, a capacidade de
processamento de aço é de 570 mil toneladas/ano. Até 2016, serão 1,2
milhão de t/ano.
Dos atuais 62 mil empregos diretos, se passará a 100 mil em 2016.
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Até 2020, as
encomendas perfazem US$ 80 bi para plataformas de produção e sondas de
perfuração, US$ 14 bi para embarcações especializadas e US$ 7 bi para
navios petroleiros.
Como explica
Augusto Mendonça, todos os estaleiros são de última geração, com alta
capacidade de produção e com investimentos levando em conta o mercado
que se tem pela frente.
A
responsabilidade do conteúdo local é do estaleiro. Ele é que tem que
procurar fornecedores com conteúdo local, preço e qualidade adequadas
À medida em que a
cadeia local vai se aprimorando, aumentam os índices de nacionalização.
No caso da plataforma P-54, do estaleiro Mauá-Jurong alcançou 68%% de
conteúdo local. A P-56, do estaleiro Brasfels, chegou a 73%. O navio
Celso Furtado, do estaleiro Mauá, a 76%.
***
Ao mesmo tempo,
missões de empresários brasileiros visitaram os quatro países referência
da indústria naval - Inglaterra, Noruega, Coreia e Singapura.
É o primeiro
passo. Os próximos serão o fortalecimento da navegação de cabotagem e da
hidroviária - alicerçados na industria naval e na nova lei dos portos.
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