“Eu gostaria muito que uma padaria ou um cabeleireiro pudesse dar
benefício para seus funcionários. A Fazenda não permitiu neste momento
ter incentivo fiscal para o lucro presumido e simples”, disse a ministra
da Cultura, Marta Suplicy. Porém, o valor gasto com o vale não será
tributado como salário, o que pode, segundo ela, facilitar a adesão
mesmo entre as empresas menores
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O vale-cultura deverá entrar em vigor a
partir de setembro, disse na noite de ontem (15) a ministra da Cultura,
Marta Suplicy, ao explicar o funcionamento do vale na Federação das
Indústria de São Paulo (Fiesp). Ela informou que pediu ao Ministério da
Fazenda que fossem inseridas nos incentivos fiscais concedidos pelo
programa as empresas que recolhem o Imposto de Renda com base no lucro
presumido ou simples, mas não foi atendida. Segundo a ministra foi
mantida a regra de que podem abater o valor gasto com o vale-cultura, em
até 1% do imposto devido, as empresas que recolhem a partir do lucro
real, modelo usado por grandes empresas.
“Eu gostaria muito que uma padaria ou um cabeleireiro pudesse dar [o
vale-cultura] para seus funcionários. A Fazenda não permitiu neste
momento ter incentivo fiscal para o lucro presumido e simples”,
ressaltou. Porém, o valor gasto com o vale não será tributado como
salário, o que pode, segundo Marta, facilitar a adesão mesmo entre as
empresas menores.
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse que talvez nem mesmo com o
abatimento algumas empresas se interessem em aderir ao programa. “O
pessoal do lucro real não está tendo muito lucro”, declarou. No entanto,
para a ministra, as empresas podem começar a participar do programa
concedendo o benefício a parte dos empregados que ganha menos e ampliar
na medida do possível. “Em vez de começar com quem ganha até cinco
salários mínimos, começa com quem ganha até dois [salários]”,
exemplificou.
De acordo com Marta, o governo está preparado para uma renúncia fiscal
até R$ 300 milhões ainda este ano. Mas ressaltou não ter certeza se
adesão chegará a usar todo o recurso nos primeiros meses de
funcionamento do programa. “A gente está implantando um programa
completamente novo, que as pessoas não sabe ainda como funciona, que as
empresas vão ter de pensar se querem ou não”, disse.
A pesquisa de opinião feita pelo ministério indicou, segundo Marta, que a
maior parte dos 18,8 milhões de trabalhadores que podem ser
beneficiados pretendem usar o vale para ir ao teatro. “O sonho de
consumo é ir ao teatro”, declarou. Segundo ela, o benefício será
concedido por meio de um cartão magnético que poderá ser usado em
estabelecimentos que trabalhem principalmente com a venda de produtos
culturais, incluindo bancas de jornais.
A lei que cria o vale, no valor de R$ 50 por mês, para trabalhadores que
recebem até cinco salários mínimos foi sancionada no final de 2012.
Falta agora a assinatura de um decreto presidencial e a edição de uma
portaria do ministério para regulamentar o funcionamento do benefício.
Foi elaborada ainda uma propaganda para TV para divulgar o vale e
incentivar a as empresas aderirem ao programa.
Edição: Aécio Amado
Por Jussara Seixas
Por Jussara Seixas
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