Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta
quarta-feira (7) que vai trabalhar como "formiguinha" para sensibilizar
deputados e senadores para a aprovação da Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 122. Apresentada em 2011, pelo então senador e hoje
ministro da Pesca Marcello Crivella, a proposta autoriza médicos
militares a atuarem também em unidades de saúde conveniadas ao Sistema
Único de Saúde (SUS). A expectativa do governo é que a matéria seja
votada no Senado ainda hoje, conforme acordo fechado ontem (6).
"A partir de hoje eu vou fazer um trabalho de formiguinha. Vou
conversar com cada deputado da comissão [de Seguridade Social e
Família], com os líderes [parlamentares]. Ainda hoje eu irei ao Senado
defender a proposta de emenda constitucional que autoriza o médico de
carreira militar ou que está no serviço militar obrigatório a trabalhar
para o SUS, em horários alternativos ou nos finais de semana", disse
Padilha, ao chegar à reunião do Conselho Nacional de Saúde, logo após
ter se reunido com o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN).
Padilha defendeu a proposta lembrando que muitas das cidades que
sofrem com a falta de profissionais de saúde dispõem de hospitais ou
equipamentos militares cujos profissionais não podem trabalhar no SUS,
mesmo dispondo de tempo livre.
"Os hospitais militares já cumprem um papel muito importante. Com a
aprovação da PEC 122, um médico militar poderá atender a população
também em hospitais públicos da região. Com isso, teremos mais médicos
tanto na atenção básica, quanto especialistas", acrescentou o ministro. A
previsão do governo é que a aprovação da proposta permita a prefeituras
e governos estaduais contratarem 6 mil médicos da carreira militar ou
que estão no serviço militar obrigatório.
"Esta é mais uma iniciativa nesse esforço de levarmos mais médicos
para a população, sobretudo nos municípios em que não temos
profissionais de saúde atendendo aos cidadãos", disse o ministro, se
referindo a outra iniciativa do governo, o Programa Mais Médicos, que
vem sendo questionado pelas principais entidades médicas, como o
Conselho Federal de Medicina.
"Também vou conversar com cada deputado e senador e explicar a
importância da Medida Provisória [MP 621/13, que institui o Programa
Mais Médicos] que permitiu a adesão de mais de 3,5 mil municipíos
brasileiros que estão pedindo médicos. E também que temos mais de 15 mil
vagas para serem ocupadas. Precisamos deste programa para levar médicos
onde mais precisa".
Perguntado se o governo fez alguma pesquisa para avaliar a percepção
dos brasileiros sobre a contratação de médicos estrangeiros por meio do
programa, o ministro respondeu que o governo irá adotar as mais variadas
estratégias para levar os profissionais para o interior e periferias
das grandes cidades.
"Nossa preocupação é resolver um grave problema. E nosso diagnóstico
se pauta pela escassez de médicos. Nossa principal pesquisa são os 15
dias de inscrição. Nunca houve um programa em que 3,5 mil municípios
tenham se inscrito em apenas 15 dias. Nos primeiros 15 dias nós
conseguimos ocupar 6% das mais de 15 mil vagas com médicos brasileiros.
Está evidente que só com a oferta nacional não vai ser possível atender à
população desses municípios. Esta é a principal pesquisa, da realidade.
O governo vai usar todas as estratégias para levar mais médicos para a
população. Eu sou ministro da Saúde e estou preocupado em resolver um
problema de saúde", disse.
Edição: Carolina Pimentel
Do 247
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