Antes mesmo da divulgação da nova pesquisa Ibope nesta quinta-feira, em que a presidente Dilma Rousseff seria reeleita já no primeiro turno em três dos quatro cenários avaliados, mesmo se Marina for candidata, o clima no Palácio do Planalto já era tão bom como faz tempo não se via. "Acho que esta é nossa melhor semana desde a posse", disse-me um dos principais interlocutores da presidente.
Uma vez por semana tenho o hábito de fazer uma ronda entre meus amigos
no governo para saber como andam as coisas e já me habituei a ouvir um
rosário de queixas sobre a vida difícil de quem lá trabalha, os tiros
no pé, as trombadas, a incompreensão da imprensa e dos empresários, e
tudo aqui que faz parte da rotina do poder.
Desta vez, antes mesmo de fazer a primeira pergunta, notei um ambiente
mais descontraído e nenhuma preoucupação com a pesquisa que seria
divulgada poucas horas depois. Não que eles tivessem alguma informação
de cocheira, mas os fatos dos últimos dias justificavam o otimismo.
De fato, a palavra crise sumiu do noticiário nas últimas semanas e deu
lugar a sucessos do governo como o leilão do pré-sal e a aprovação do
programa Mais Médicos. Hoje mesmo, os palacianos tinham boas notícias a
dar: Dilma anunciou que vai liberar para mais de 1.000 prefeituras
recursos da ordem de R$ 13,5 bilhões para investimentos em saneamento
básico e asfaltamento.
Os índices de intenção de votos em Dilma oscilaram entre 39% e 41%. No
cenário mais provável, quando seus adversários são o tucano Aécio Neves
(14%) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (10%), a presidente
tem 17 pontos a mais do que a soma dos dois.
Na verdade, quem ficaria em segundo lugar neste caso seriam os votos
brancos, nulos, nenhum deles e não sabe, com impressionantes 35%.
Dilma só não ganha no primeiro turno, se os adversários forem Marina
(21%), pelo PSB, e Serra (16%), pelo PSDB, que somados teriam 37% contra
39% de Dilma, em situação de empate técnico. Neste caso, temos um
índice de 25% de eleitores que votariam em branco, nulo, em nenhum
deles ou ainda não sabem em quem votar.
Quando Marina aparece no lugar de Campos, a ex-ministra do governo Lula
teria mais do que o dobro dos votos de Eduardo Campos, por enquanto o
candidato que está "colocado" pelo PSB. Da mesma forma, com Marina
candidata e Serra no lugar de Aécio, o ex-governador paulista chegaria a
18%, quatro pontos a mais do que seu colega de partido.
Pode ser que com estes números aumente a pressão sobre Eduardo e Aécio
para que abram mão das candidaturas em favor das suas sombras, Marina e
Serra. No momento, isto parece muito pouco provável. Até abril, no
entanto, quando PSDB e PSB prometeram anunciar quem será cabeça de
chapa, tudo pode mudar.
Por enquanto, tanto faz quem será o adversário. Se houver segundo
turno, Dilma também se reelege contra qualquer dos candidatos. Contra
Serra, que Dilma derrotou nas eleições de 2010, a presidente ganharia
por 44% a 23%, ou seja, com 21 pontos de vantagem. Se o segundo turno
for contra Marina, a diferença diminui: 42% a 29%.
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