Brasília 247 - A informação, publicada em primeira mão no 247 (leia aqui),
de que o juiz escolhido por Joaquim Barbosa para cuidar das prisões da
Ação Penal 470, Bruno Ribeiro, é filho de um dirigente do PSDB no
Distrito Federal, o ex-deputado Raimundo Ribeiro, coloca sob suspeita as
escolhas do presidente do Supremo Tribunal Federal. Bruno é filho de
pais que têm feito uma espécie de militância na internet em relação ao
caso.
A mãe do juiz, Luci Rosane Ribeiro,
lotou sua página nas redes sociais com posts ora alusivos ao julgamento,
ora em defesa do PSDB. Num deles, há a seguinte frase, com a foto de
Joaquim Barbosa: "Eu me matando para julgar o mensalão e você vota no
PT? Francamente." A frase nunca foi dita por Barbosa, mas faz parte de
uma peça anti-PT espalhada na internet.
Por mais que tenha chegado à
magistratura por méritos, Bruno Ribeiro terá suas ações sempre
contestadas no caso. Seu pai, repita-se, é integrante da direção do PSDB
no Distrito Federal. Sua mãe, propagandista de Joaquim Barbosa e
militante assumida anti-PT.
Será que não seria o caso de se declarar impedido?
Além disso, será que a escolha de Joaquim Barbosa em relação aos presos pode ser considerada justa?
Vale lembrar que, no dia 15 de
novembro, Barbosa enviou as ordens de prisão não ao juiz titular da Vara
de Execuções Penais, Ademar Vasconcelos, mas ao substituto, Bruno
Ribeiro, que estava de férias.
Essa foi a primeira de várias
ilegalidades, que fez com que os presos em regime semiaberto passassem
vários dias em regime fechado. Sem as cartas de sentença, não podiam nem
ser admitidos na Papuda e ficaram quatro horas em frente ao presídio,
esperando uma solução para o impasse.
Os atos arbitrários de Joaquim
Barbosa já ensejaram um manifesto de juristas ligados à esquerda, como
Dalmo Dallari e Celso Bandeira de Mello, e também um protesto do
conservador Claudio Lembo, que afirmou existir razões para seu
impeachment (leia aqui).
Agora, corre-se o risco de que o julgamento seja manchado de vez pela politização.
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