Guerrilheiro Virtual

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Miro: ué, a Globo não queria porrada neles ?

Ataulfo quer um AI-5 brando.
 
Na foto, reunião de pauta dos calunistas flexíveis 
 
O Conversa Afiada republica artigo do Miro Borges, no Blog do Miro:

Por Altamiro Borges

Os barões da mídia têm muita flexibilidade tática. Eles são hábeis e rápidos. No início da “jornada de junho”, no ano passado, a mídia exigiu dura repressão contra os “vândalos” em luta pela redução da tarifa do transporte – no que foi prontamente atendida pelo tucano Geraldo Alckmin. Na sequência, diante da ampliação do movimento e da ausência de pautas bem definidas, ela tentou pegar carona nos protestos, impondo a sua agenda oposicionista. A expressão mais grotesca desta manobra se deu com Arnaldo Jabor. À noite, na TV Globo, ele disse que os jovens “não valem nem 20 centavos” e merecem porrada! Depois, na rádio CBN, do mesmo grupo, afirmou que os protestos eram “lindos”, mas orientou que eles deveriam ter eixo – contra o governo Dilma! Agora, diante da trágica morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, a velha mídia usa a mesma tática marota!

Há várias semanas, os colunistas de aluguel dos telejornais, rádios, jornalões e revistonas pregam a volta das manifestações de rua. Nunca se viu tantos “revolucionários” por metro quadrado nas redações. Em editoriais, alguns jornais – como o Estadão – até aderiram ao movimento do “não vai ter Copa”. O noticiário diário é sempre negativo e joga na escandalização da política. Mesmo sabendo que muitos destes protestos de rua são acéfalos, sem direção ou bandeiras concretas, a mídia oposicionista faz alarde, dá roteiros, aposta na radicalização e prega o ódio aos partidos e aos movimentos sociais tradicionais. Num destes protestos, porém, um cinegrafista é morto barbaramente e covardemente! Os barões da mídia nem sequer fazem autocrítica da sua postura irresponsável. Tentam, novamente, tirar proveito do episódio, explorando um cadáver!

Os editoriais de todos os jornais desta terça-feira (11) afirmam que a maior vítima desta tragédia foi a “liberdade de imprensa” e aproveitam para exigir maior repressão às manifestações de rua. A TV Globo, que estava tão excitada com os protestos “espontâneos”, usa preciosos minutos da concessão pública para exigir o endurecimento contra os manifestantes. Na segunda-feira, no Jornal Nacional, Willian Bonner, num tom grave e apocalíptico, afirmou que a morte do cinegrafista “foi uma atitude autoritária, porque atacou a liberdade de expressão; e foi uma atitude suicida, porque sem os jornalistas profissionais, a nação não tem como tomar conhecimento amplo das manifestações que promove”. Haja cinismo!

Diante da comoção criada na sociedade, governistas e oposicionistas, reféns crônicos da mídia, já falam até numa lei antiterror! A mesma mídia que criou o clima para os protestos “radicalizados” e sem direção, agora tenta tirar vantagem. Se o governo ceder, será tachado de autoritário. Se não retroceder na defesa da democracia, Dilma será acusada de leniente diante da violência dos “black blocs”. Os barões da mídia são realmente muito hábeis. Pena que alguns ativistas sociais sejam tão tacanhos e não percebem as manobras da direita nativa!








Navalha

Na sua ofuscante colona (*) na Globo Overseas, o Ataulfo Merval de Paiva (**) abraça-se aos senadores Pedro Taques (oh, Brizola, onde estás ?) e Aloysio 300 mil para tratar do projeto contra o terrorismo, uma espécie de AI-5 da nova Rede Globo, aquela que pediu desculpas por se locupletar com o regime militar.

O senador Aloysio 300 mil, por exemplo, é um especialista em assalto a banco e conhece a matéria como a palma da mão.

O Ataulfo critica o ministro Gilberto Carvalho por “insuflar” uma proposta que beneficie os movimentos sociais.

O Ataulfo precisa se decidir. Ele é a favor ou contra as manifestações? Quer derrubar a Dilma sem atingir uma camionete da Globo – clique aqui para assistir à trepidente resposta dos black blocs ao editorial do jn -, ou o risco patrimonial dos patrões é tão alto que prefere mesmo um AI-5 daqueles dos bons tempos do Ministro Gama e Silva ?

Daqueles que o Dr Roberto aplaudia !

Dessa vez seria, digamos assim, como a Folha (***) classificaria, um AI-5 “brando” !

Esses colonistas – ou calunistas, como diz o Miro – são de uma flexibilidade de dança do ventre.

Clique aqui para ver o que o sensato Secretário Beltrame propôs em novembro (em novembro !) ao ministros dos ombros largos.

Paulo Henrique Amorim

(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

(***) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

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