A imprensa comercial joga contra o Brasil. No time da oposição, é a
camisa 9 da propaganda anti-governo, se posicionando na grande área para
as eleições
Daniel Quoist - Carta Maior
1. O PIB do Brasil cresceu 2,3% em 2013.
Numa lista de 13 grandes economias, incluindo China e Estados Unidos, o
Brasil apresentou o terceiro maior crescimento. Esse crescimento é ruim
para o país? Para o país não, mas para a oposição além de medíocre, é
sofrível! É como se os bicos dos tucanos tivessem rachado ao colidir com
a parede da realidade mundial. Qualquer país adoraria conviver com a
mediocridade de um crescimento de sofríveis 2,3% em seu PIB. Mas, para a
velha turma do quanto pior melhor, nem se o crescimento fosse superior a
13% seria considerado razoável.
2. Qualquer militante oposicionista pode infernizar a vida dos petistas presos na Papuda?
Pode e é simples: basta um jornal qualquer publicar que José Dirceu se
comunicou com alguém usando um celular e então ou o ministro Joaquim
Barbosa ou seu preposto, o delegado da Vara de Execuções Penais, Bruno
Ribeiro, o mantém em regime fechado e adia até não mais poder o prazo
para decidir sobre seu pedido para trabalhar fora do presídio. Se um
site instrumentalizado pela oposição difundir com algum sucesso a
notícia de que Delúblio Soares ofereceu uma feijoada na Papuda, tal
versão já será mais que suficiente para trazê-lo de volta ao regime
fechado. Mais um pouco e o estagiário de uma revista dirá que José
Genoíno começou uma briga ao estilo “Velozes e Furiosos” no pátio de sua
casa. Resultado: em meia hora estará amargando o regime fechado no
pátio da Papuda.
3. Qual
a reação do colunismo político sobre os rompantes, diatribes e
chiliques de Joaquim Barbosa ao vivo e a cores na TV Justiça quando
insiste em mostrar indisfarçável repulsa ao voto proferido por Luiz
Roberto Barroso? Consideram politicamente muito pertinente e
juridicamente muito natural. Recebe até conselhos para se aposentar
antecipadamente e se candidatar nas eleições de 2014. Os motivos
oferecidos à guisa de conselhos ao irritadiço ministro estão a um passo
da infâmia: porque amargar uma derrota no STF e se “submeter” à
presidência de Ricardo Lewandowski dentro de mais alguns meses? O
ministro faz intervenções abruptas e histriônicas sempre de olho no
relógio da Corte – há que estar sincronizado com o início do Jornal da
Nacional da Globo. Não lhe parece natural que a bancada do JN deixe de
mencionar seu nome e de lhe reforçar a aura de justiceiro solitário
sempre que é feita a escalada das matérias.
4. Porque
um jornal espanhol – o influente El País – afirma em sua capa que é
praticamente unânime a avaliação de que a Petrobras é um sucesso no
longo prazo e que a petrolífera brasileira será capaz de reduzir o
endividamento este ano seguindo seu plano estratégico e, ao mesmo tempo,
notícia como essa nem mesmo chega a ser considerada como nota de rodapé
em qualquer dos tradicionais jornais brasileiros? Nossa imprensa
tradicional só repercute no Brasil matéria publicada no exterior que
diminua o prestígio do Brasil, ataque suas instituições econômicas a
começar pela insistência na demissão do ministro Mantega ou que
espinafre a organização da Copa 2014 e preveja a falência da Petrobras.
Em síntese, repercussão apenas para o Brasil que não pode de modo algum
dar certo. Porque o que dá certo levanta a bola do governo e levantando
essa bola, mais água cairá no moinho da reeleição da presidenta Dilma. O
risco para a grande imprensa é que o PT seja vitorioso e dessa vez...
em primeiríssimo turno.
5. Luiz
Roberto Barroso tem feito os mais brilhantes e bem fundamentados votos
que um ministro do STF tenha proferido nos últimos anos sobre a AP-470, o
dito mensalão, muito bem, porque então não recebe qualquer aplauso da
grande imprensa? Porque o que interessa é manter o STF em seu viés
máximo de partidarismo político, atuando como partido político de forma
escancarada, transformando seu presidente Joaquim Barbosa em candidato à
presidência da República e no único capaz de levar as eleições de
outubro próximo para um hipotético segundo turno. Barroso é jurista, é
professor de direito, é reconhecido nos meios jurídicos por um
refinamento intelectual que destoa profundamente dos demais integrantes
da Corte. Porque ao se posicionar sobre quaisquer temas jurídicos,
Barroso tem mais é que ser escanteado para o banco de reservas. Sua
postura, altivez e independência o tornam impossível de ser patrulhado e
menos ainda de ser “colonizado” pela grande imprensa.
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