Um grupo de simpatizantes do governo Dilma Rousseff promoveu
nesta quinta-feira (21) um café da manhã na entrada do Palácio da Alvorada,
para demonstrar contrariedade ao processo de impeachment contra a presidenta
que tramita no Congresso Nacional.
Cerca de 70 pessoas estavam na portaria do Alvorada, por
volta das 9h20, quando a presidenta deixou o local com destino à Base Aérea de
Brasília. Ela viajou nesta manhã para Nova York, onde vai participar da
cerimônia de assinatura do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima.
Antes do embarque, parte dos manifestantes gritava palavras
de ordem em defesa de Dilma como “Dilma, guerreira, do povo brasileiro”. Uma
das presentes comentava com outra a decisão dos deputados de aprovarem a
abertura do processo de impeachment: "A própria Câmara se denunciou para o
mundo. É uma chacota geral".
Para o funcionário público Vinícios Vitoi, 54 anos, os
grupos presentes acreditam no governo de Dilma e temem que após uma “fase de
expansão econômica” haja novamente um período de “concentração de renda”.
"Os políticos não representam mais o povo, representam
interesses econômicos de grupos poderosíssimos que os colocaram lá. Os
deputados e senadores fazem leis que beneficiam a eles mesmos; as regras de
funcionamento do Congresso são eles que criam, e assim vai a carruagem. São
pessoas que se perpetuam ali há décadas", afirmou Vinícius, que disse não
ser filiado a nenhum partido político.
Quando Dilma entrou no helicóptero, os gritos de apoio
aumentaram: “Não vai ter golpe, vai ter luta”. Após o embarque, a aeronave
sobrevoou próximo aos manifestantes e foi possível ver Dilma acenando de uma
das janelas. Depois, eles participaram de um café da manhã coletivo no
estacionamento do Alvorada.
De acordo com Fátima de Deus, 62 anos, que é fundadora do PT
em Brasília, o evento foi avisado a funcionários do Palácio do Planalto.
"Nós queríamos estar juntos nesse dia de aniversário de Brasília, na casa
dela, projetando uma energia boa para ela. Nós estamos aqui dizendo para ela que
a apoiamos, e vamos lutar por ela", explicou.
Bandeiras e camisetas de apoio a Dilma e do PT foram levadas
pelos manifestantes. Algumas faixas exibiam mensagens de solidariedade a Dilma
e fazendo menções ao “golpe” e a períodos dos anos 1980 e 1990, quando
“bandidos de colarinho branco não iam para a cadeia” e houve “fome e
supermercados saqueados”.
A advogada Ana Luzia Reis, 58 anos, acredita que o apoio
popular pode fazer com que a situação de Dilma seja revertida no Senado.
"A primeira coisa é nos unir contra o ódio. Depois, mostrar que nós, que
temos um ideal, temos que defender esse país contra influência de pessoas que
querem destruí-lo. Eu não acredito em dificuldade, eu acredito em vitória. A
força do bem, da justiça e da democracia é que vai vencer", afirmou Ana.
Na opinião da psicóloga Marlene dos Santos Pessoa, 68 anos,
que também não é ligada a partido político, as falas dos deputados na votação
do último domingo (17) não mencionaram as “pedaladas”. "Eu sou muito
esperançosa. O que a gente está vendo são aberrações. Está todo mundo, mesmo
quem é do lado do golpe, está entristecido de ver um Congresso totalmente
comercial. Cada um querendo tirar o seu quinhão", disse.
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”