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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Tratado de paz com Israel "não é sagrado",diz Premiê do Egito.

O primeiro-ministro egípcio, Esam Sharaf, disse nesta quinta-feira que o tratado de paz assinado em 1979 com Israel não é "uma coisa sagrada", durante uma entrevista a uma televisão turca, segundo informações da agência oficial Mena.

"O tratado de Camp David pode a qualquer momento ser discutido ou modificado, pelo interesse da região ou simplesmente pela paz. O tratado de paz não é uma coisa sagrada e pode sofrer mudanças", declarou Sharaf.

"Devemos nos ocupar da raíz do problema, e o problema no Oriente Médio é a ocupação israelense dos territórios palestinos", completou.

Na última sexta-feira, uma violenta manifestação terminou com a invasão da embaixada de Israel no Egito, símbolo da paz firmada em 1979 entre os dois Estados.

Os manifestantes que provocaram em fevereiro a queda do ditador egípcio Hosni Mubarak pedem uma revisão do tratado de paz.

O Exército, atualmente no poder no Egito, afirmou em várias ocasiões que manterá seu compromisso com os pactos internacionais assinados pelo regime de Mubarak, entre eles o tratado de paz com Israel.

O Egito foi o primeiro país árabe a concluir um acordo de paz com o Estado judaico em 1979.

O último conflito que envolveu os dois países foi a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

TURBULÊNCIA NA JORDÂNIA

As notícias chegam ao mesmo tempo em que jordanianos protestaram contra Israel. Dias após o embaixador israelense no Egito ter deixado o país em virtude dos protestos que deixaram ao menos três mortos e mais de mil feridos, combates semelhantes emergiram nesta quinta-feira em torno da Embaixada de Israel na Jordânia, forçando a saída dos diplomatas.

A representação do país em Amã foi esvaziada de forma preventiva, enquanto os manifestantes iniciavam os protestos, por temor de que a situação se tornasse insustentável, como ocorreu no Cairo na semana passada.

Manifestantes queimam bandeira de Israel em frente à embaixada na Jordânia; diplomatas foram retirados
Manifestantes queimam bandeira de Israel em frente à embaixada na Jordânia, onde diplomatas foram retirados

Ativistas jordanianos convocaram uma "marcha de um milhão" contra a embaixada israelense, em mais uma demonstração da onda de violência contra as políticas do Estado hebreu que tomou recentemente o Egito e a Jordânia, os dois únicos países árabes que têm acordos de paz com Israel.

"O ódio contra Israel está crescendo rapidamente na Jordânia devido aos crimes cometidos na Palestina e em outros lugares. O povo jordaniano está contra o estabelecimento de relações normais com este inimigo", disse Hamzeh Mansour, secretário-geral da Frente de Ação Islâmica (FAI), o braço político da Irmandade Muçulmana, partido de oposição.

Mais da metade dos seis milhões de habitantes da Jordânia são de descendência palestina.

Forças de segurança jordanianas montaram um cordão de isolamento ao redor do prédio, impedindo o acesso dos manifestantes.

Forças de segurança da Jordânia montaram um cordão de isolamento em torno da Embaixada de Israel em Amã
Forças de segurança da Jordânia montaram um cordão de isolamento em torno da Embaixada de Israel em Amã

A tensão entre egípcios, jordanianos e israelenses aumentou nos últimos dias, após o Exército de Israel ter matado seis soldados do Egito na fronteira, em meio a uma caçada a militantes que haviam cruzado do Egito para o sul de Israel, matando seis israelenses num ataque.

As mortes levaram centenas de egípcios a protestar em torno da embaixada israelense no Cairo, e criaram uma crise diplomática entre os dois países.

A tensão entre países árabes e Israel aumentou nas últimas semanas também devido à recusa do governo israelense de se desculpar à Turquia pela morte de ativistas que tentaram furar o bloqueio à Gaza no ano passado e à proximidade do pedido de reconhecimento do Estado palestino na ONU, plano intensamente criticado pelo Estado hebreu, EUA e a Europa.

Mortes de egípcios, bloqueio de negociações com palestinos e crise com a Turquia motivam rejeição a Israel
Mortes de egípcios, bloqueio de negociações com palestinos e crise com a Turquia motivam rejeição a Israel

Em visita ao Egito na semana passada, o primeiro-ministro turco, Recip Tayyip Erdogan, disse a ministros do Exterior árabes que Israel se isolou e terá de "pagar o preço", depois de se recusar a pedir desculpas por um ataque a uma flotilha que transportava assistência internacional a Gaza, no ano passado.

A Turquia também era um importante aliado israelense, mas as relações diplomáticas dos dois países encontram-se estremecidas após o episódio ocorrido no Mediterrâneo.

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