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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

UNICEF exige libertação de crianças palestinas

A UNICEF (Fundo das Nações Unidas para as Crianças) enviou um documento ao governo israelense exigindo a liberação de todos os jovens e crianças palestinas em prisões israelenses. A carta seguiu logo após o anúncio da libertação dos 1.027 palestinos em troca do soldado israelense, Gilad Shalit. Ainda restam 9 mil presos políticos palestinos nas masmorras do apartheid israelense.
 
Segundo a entidade, no mês corrente, há 164 palestinos presos com idade inferior a 18 anos, destes, 35 em idade inferior a 15 anos.

"A UNICEF conclama o governo israelense a liberar as crianças palestinas presas de forma que elas possam se reunir com seus familiares", declarou Jean Gough, representante especial da entidade nos territórios palestinos sob ocupação.

"Como registrado pela Convenção sobre os Direitos das Crianças", acrescenta o representante da UNICEF, "a detenção de criança é medida a ser tomada em último caso e no período mais curto e apropriado possível".

O jornal inglês, The Independent, publicou uma matéria no final de agosto em que revela cenas do interrogatório de uma criança. "O menino, luta para manter-se acordado. Sua cabeça pende para o lado, até que toca seu peito. ‘Levante a cabeça! Levante!’, grita um de seus interrogadores, dando-lhe um tapa. Durante as quase seis horas de vídeo, Islam Tamimi, de 14 anos, cansado e com medo, é gradualmente quebrado até o ponto em que incrimina homens de sua vila e lhes oferece contos fantásticos que sabe que querem ouvir".

Sahar Francis é diretora da Addameer, organização de apoio a prisioneiros dentro da Cisjordânia. Ela esclarece a "utilidade" da perseguição e prisão de crianças: "Com tortura e ameaças, os soldados conseguem confissões contra líderes ou ativistas da resistência ao Muro, à demolição de casas e à expansão dos assentamentos, com mais facilidade do que com os adultos. E, no sistema legal israelense, conseguir uma confissão depois de tortura não a anula automaticamente. Esta é uma forma fácil de acusar ativistas e mandá-los para a cadeia", explicou.

Em 1987, foi aprovada por uma comissão, encabeçada pelo juiz da Suprema Corte, a Comissão Landau sobre Interrogatórios que examinou a morte – sob interrogatório - de três crianças palestinas e determinou que "um grau moderado de pressão, incluindo pressão física, para obter informação crucial, é inevitável sob certas circunstâncias". Com isso, Israel passou a ser o primeiro e único país no mundo a legalizar a tortura (claro, moderadamente...) e além disso, ficava resolvido outro problema grave: os oficiais e soldados israelenses encarregados de torturar não precisavam mais mentir diante da corte para validar os testemunho arrancados sob pressão com cigarros acesos ou choques elétricos no corpo das crianças.

Desde o início da ocupação, em 1967, já foram detidos cerca de 30 mil crianças e jovens.

Segundo os dados da organização Defesa Internacional de Crianças, seção palestina, 100% das crianças palestinas detidas são algemadas, 90% são vendadas no ato, 70% submetidas desde o primeiro momento a pancadas e chutes, 45% são detidas em suas casas de meia-noite às quatro da madrugada, 14% são confinadas em solitárias, 7,5% submetidas a choques elétricos, 7,5% ameaçadas com abuso sexual e 4% sofrem abuso sexual.

O vídeo da organização DCI, "Vidas de crianças, vidas roubadas", dirigida por Gerry Sullivan detalha esta barbárie. Veja em:

http://palestinevideo.blogspot.com/2011/05/stolen-children-stolen-lives-israels.html

Pesquisado da Hora do Povo

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