Guerrilheiro Virtual

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

IMUNDÍCIE TUCANA SOB O TAPETE



PRIVATARIA TUCANA: QUANDO O SILÊNCIO É UMA CONFISSÃO

“O silêncio é uma confissão”, dizia Camilo Castelo Branco. A famosa sentença do escritor português é prefeita para caracterizar o comportamento da nossa mídia hegemônica, monopolizada por meia dúzia de famílias capitalistas, em relação às denúncias contidas no livro “A privataria tucana” do jornalista Amaury Ribeiro Jr.

O silêncio, constrangido e constrangedor, é a norma neste caso e vale também para a intensa movimentação no Congresso Nacional em torno da criação de uma CPI para investigar o escândalo, que envolve grandes somas de dinheiro do povo desviado criminosamente pelos cardeais do tucanato.

GHOST WRITER

José Serra e Merval Pereira

O silêncio foi quebrado, por um ou outro “calunista” da mídia incomodado com as críticas que se multiplicam na internet, exclusivamente para desacreditar a obra e desqualificar seu autor. É o caso do funcionário da Rede Globo e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), posição que alcançou não pelos textos medíocres que produz, mas graças ao poder do veículo que o emprega (Machado de Assis deve arder de remorsos no túmulo ao meditar sobre o destino de sua polêmica criação).

Merval sai a campo de cara limpa em defesa dos tucanos e de José Serra, com apelos e argumentos falsos que foram desmascarados pelo líder petista e advogado José Dirceu e pelo jornalista Luiz Nassif. Nassif desconfia que existe um “ghost writer” (escritor fantasma) por trás do texto, que considera estranho ao estilo de Merval. “Corto um dedo se o “ghost writer” dessa tertúlia não é o próprio Serra”.

DOIS PESOS, UMA MEDIDA

É preciso que a opinião reflita sobre o comportamento da mídia hegemônica, capitalista, que tanto ruído tem feito ao longo dos últimos anos em nome da moralidade pública e do combate à corrupção, veiculando calúnias, denúncias falsas e sem provas (como as que foram feitas contra Orlando Silva, acusado por um bandido e pela revista “Veja” de receber dinheiro na garagem do Ministério de Esportes: cadê as provas?).

Agora, diante de uma reportagem ampla e rigorosa (um trabalho de 10 anos), recheada de provas e envolvendo desvio de bilhões de reais - valores incomparavelmente superiores ao de todas as supostas irregularidades que, segundo as denúncias, teriam sido praticadas nos governos Lula e Dilma -, a resposta da mídia venal é o silêncio ou o sofisma rasteiro.

Não restam dúvidas de que os meios de comunicação de massas, monopolizados por meia dúzia de famílias, com a honrosa exceção da “Record”, usam de dois pesos e uma medida e se comportam como um partido de direita, fazendo juz ao irônico apelido criado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim. Trata-se, inegavelmente, de um Partido da Imprensa Golpista, o PIG. 

PROPÓSITO GOLPISTA

Ao acolher e divulgar calúnias, o PIG age com o propósito golpista (mal disfarçado) de desacreditar as forças progressistas, em especial os comunistas, e desestabilizar o governo Dilma. Mas vende um peixe podre: a imagem de que defende a ética e os bons costumes.

O silêncio quando o alvo das denúncias é a direita neoliberal, capitaneada pelos tucanos, carrega uma confissão de cumplicidade moral, ideológica e política com a grossa corrupção que mediou a transferência de patrimônio público para a iniciativa privada, com empresas que valem ouro (como a “Vale”) vendidas a preço de banana.

IDENTIDADE COM OS TUCANOS

É também reveladora do caráter dessa mídia venal a crítica interna da jornalista e ombudsman da “Folha de São Paulo”, Suzana Singer,que acabou vazando e rendendo bons comentários nas redes sociais.

Singer revela que recebeu, num só dia, 141 mensagens de crítica ao jornal pela matéria publicada sobre o assunto e elencou os cinco motivos das críticas: “

1) ter [o texto da Folha] um viés de defesa dos tucanos; 

2) não ter apresentado Amaury Ribeiro Jr. devidamente e não tê-lo ouvido; 

3) exigir provas que são impossíveis (ligação das transações financeiras entre Dantas e Ricardo Sérgio e as privatizações); 

4) não ter esse grau de exigência em outras denúncias, entre as mais recentes, as que derrubaram o ministro do Esporte (cadê o vídeo que mostra dinheiro sendo entregue na garagem?); 

5) não ter citado que o livro está sendo bem vendido”. 

Além da identidade política e ideológica, interesses mais terrenos ajudam a explicar a conduta do PIG, conforme sugeriu o jornalista Amaury Ribeiro Jr em recente debate sobre o tema promovido pelo “Centro de Estudos Barão de Itararé”: “Se CPI for aberta, vou avisar que o que está no livro é pequeno. Vai chegar à sociedade a forma como a editora de uma grande revista e veículos de comunicação tiveram dívidas perdoadas depois da privatização", adiantou. A necessidade de uma CPI é mais que óbvia, mas o PIG fará das tripas coração para impedir a apuração e manter, através da conspiração do silêncio, a imundície tucana sob o tapete.”

FONTE: da Redação do portal “Vermelho”  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=171789&id_secao=6) [imagens do google adicionadas por este blog ‘democracia&política’].

Nenhum comentário:

Postar um comentário

”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”