Guerrilheiro Virtual

domingo, 25 de dezembro de 2011

Sírios em luto protestam a favor de Assad, ONU condena ataques

  
BEIRUTE (Reuters) - Os velórios para as 44 vítimas de dois carros-bombas em Damasco se transformaram em uma forte demonstração de apoio neste sábado ao presidente Bashar al-Assad, exaltado por multidões de enlutados que acusavam os Estados Unidos e seus aliados árabes de interferir na Síria.
 
A Organização das Nações Unidas (ONU) expressou grande preocupação com as bombas, que marcaram um terrível aumento na violência que abalou a nação árabe nos últimos nove meses e que tirou a vida de ao menos cinco mil pessoas.

O governo da Síria disse que terroristas da al Qaeda estavam por trás dos ataques, mas ninguém assumiu a responsabilidade por eles. Já membros da oposição suspeitam que a administração de Assad tenha conduzido os bombardeios por conta própria, para provar ao mundo que estaria enfrentando uma insurgência de fundamentalistas islâmicos.

No Cairo, o general sudanês Mohammed Ahmed Mustafa al-Dabi disse que irá a Damasco neste sábado para assumir seu papel como chefe de uma missão de monitoramento da Liga Árabe, que pretende fazer uma varredura sobre o país para promover o armistício.

A primeira série de 50 autoridades árabes deve viajar à Síria na segunda-feira. Opositores de Assad dizem que a missão será usada apenas como despiste para ganhar tempo enquanto as forças de segurança do governo avançam para reprimir a revolta popular.

Milhars de sírios gritavam "Morte à América!" durante os velórios em Damasco, exaltando Assad, pedindo vingança e denunciando o ministro do Exterior do Catar, o xeque Hamad bin Jassim al-Thani, que se tornou um dos maiores críticos de Assad entre os árabes.

A multidão, empunhando pôsteres de Assad e bandeiras da Síria, gritavam "Nós sacrificamos nossas almas e nosso sangue por você, Bashar" e "Deus, Síria e Bashar apenas."

Envoltos em bandeiras sírias, os caixões das vítimas dos atentados foram alinhados dentro da mesquita histórica Umayyad, que data do século 8 e que é um dos locais mais sagrados do islã. Muitos foram marcados como "desconhecido". A TV estatal da Síria fazia uma transmissão ao vivo da cerimônia.

Assad usou tanques e tropas para tentar reprimir os protestos de rua que começaram em março, inspirados por outras insurgências árabes neste ano. Manifestações pacíficas contra o regime estão agora sendo eclipsadas por uma insurgência armada.

O plano de paz da Liga Árabe estipula a retirada de tropas de cidades afetadas pelos protestos, a libertação de prisioneiros e o diálogo com a oposição.

(Por Mariam Karouny; reportagem adicional de Dominic Evans e Louis Charbonneau)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”