Guerrilheiro Virtual

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

As poderosas de 2011



A crise mundial este ano foi uma das piores da história e pegou de jeito os países da União Europeia. As economias portuguesa, italiana, irlandesa, espanhola e grega entraram em forte declínio. O desemprego bateu recordes, os países têm recebido selos de maus pagadores e protestos surgem a todo momento. O único país que se safou foi a Alemanha. Os alemães são os maiores credores da Europa e o única esperança de empréstimo dos países vizinhos. A situação deu aos alemães o status de liderança. Coube a eles decidir quais comportamentos financeiros eram aceitáveis e quais não eram. E começou a discussão interna: devemos salvar ou não os países cheios de problema? À frente de todas essas difíceis decisões está a presidente Angela Merkel. A população da Alemanha está relutante em ajudar os vizinhos. Afinal, quando eles aceitaram a troca de moeda para o euro, a condição era que o dinheiro do país nunca seria usado para salvar outros. Merkel tem apoiado a opinião de seu povo e cobrado mudanças estruturais do bloco europeu.

 
Christine Lagarde
 
 
Desde 2007, o francês Dominique Strauss-Kahn era diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ele estava cotado, inclusive, para participar das eleições na França e substituir Nicolas Sarkozy na Presidência. Até que, em maio deste ano, foi preso em Nova York acusado de estuprar a camareira do hotel em que estava hospedado. O assunto foi escândalo em todo o mundo, Strauss-Kahn perdeu o emprego e foi substituído pela advogada Christine Lagarde. Na época, ela era ministra da Fazenda da França. Lagarde foi a primeira mulher a presidir o FMI e agora está cotada para ser uma forte candidata à eleição na França. Foi também a única das líderes mundiais considerada pela Vanity Fair como uma das mais estilosas do mundo.

Oprah Winfrey
 
Por 25 anos a apresentadora norte-americana comandou um programa de entrevistas e reportagens que lhe rendeu, inúmeras vezes, o título de personalidade mais influente dos Estados Unidos. Ela fez as entrevistas que jornalistas de todo o mundo mais desejavam, mobilizou milhares de pessoas e empresas a fazerem doações para projetos sociais que apoia e teve até um papel decisivo na eleição do presidente Barack Obama. Em maio deste ano, no auge da carreira e com um salário invejável, Oprah jogou tudo para o alto. Saiu do canal que há anos transmitia o seu programa e abriu uma empresa de comunicação totalmente nova. O canal OWN estreou há poucos meses e tem se especializado em fazer programas voltados para as mulheres. São documentários, reality shows e programas de auditório que discutem o bem-estar feminino.

A Primavera Árabe
 
A Primavera Árabe surgiu como um movimento popular para acabar com as ditaduras no Oriente Médio e no norte da África. Líbios, egípcios e tunísios foram às ruas protestar contra governos que estavam no poder havia décadas. Além de mudar a ordem política da região, o movimento trouxe uma série de mudanças sociais a esses países. Uma das principais foi a participação das mulheres nos protestos. Há tempos, a importância delas no movimento seria inimaginável, já que as crenças muçulmanas ainda são muito restritivas ao envolvimento feminino na vida política e econômica. Os exércitos não perdoaram a participação delas e foram especialmente duros ao repreendê-las. Houve registros de estupros, violência e prisões.

Nobel da Paz
 
Este ano, o prêmio Nobel da Paz foi entregue a três mulheres que desempenharam papéis essenciais no processo de negociação de paz em países em situação de conflito. Leymah Gbowee, ativista da Libéria; Ellen Johnson Sirleaf, presidente da Libéria; e Tawakkol Karman, jornalista e ativista do Iêmen, trabalharam arduamente para a conquista e a ampliação de espaços de atuação política em ambientes hostis. Elas dividiram o prêmio de 2011, pois tinham uma causa comum: a emancipação de mulheres e meninas em seus respectivos países árabes. Elas lutam para dar perspectivas para as mulheres que são recriminadas dentro dos próprios países. A instituição foi criticada pelo fato de dividir o prêmio entre as três em vez de dá-lo para apenas uma, como normalmente ocorre.

Primeiro ano de Dilma
 
Hoje faz 365 dias que Dilma Roussef tomou posse, em uma cerimônia histórica, como a primeira mulher presidente do Brasil. Foi um ano de duras decisões. Ela teve batalhas importantes dentro do próprio governo, perdeu sete ministros por conta de acusações de corrupção. Também teve que administrar a crise econômica mundial para que a recessão não chegasse pesada ao Brasil. Em visitas ao exterior, cobrou dos governantes de países desenvolvidos e instituições internacionais maior participação das nações em desenvolvimento em decisões importantes — como o gerenciamento de crises econômicas. Nesse meio-tempo, colocou um número recorde de 10 mulheres comandando ministérios. Foi a primeira mulher a fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral daOrganização das Nações Unidas (ONU). Mas, ao mesmo tempo, foi criticada pelo movimento feminista por fazer pouco para a causa da mulher. Fato é que Dilma terminou o primeiro ano de mandato com 72% de aprovação individual em pesquisa realizada pela CNI/Ibope.

Artigo escrito por : Angela Merkel. Publicado no jornal Correio Braziliense



Do Blog Os Amigos do Presidente Lula

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