Campo de Frade (assinalado pela seta)
[OBS deste blog ‘democracia&política:
A “Chevron”, com sede nos Estados Unidos, é uma das grandes empresas mundiais do ramo energético, especialmente petrolífero. Foi uma das empresas resultantes da divisão da “Standard Oil Company”. Era inicialmente conhecida como “Standard Oil California”, ou “Socal”. Fez parte do grupo conhecido como "sete irmãs": as sete maiores empresas petrolíferas do início do século 20. Hoje, faz parte do grupo conhecido como “Supermajor”, ou “Big Oil”.
Sobre a também norte-americana "Transocean LTD. NYSE-RIG", citada nos textos abaixo, ela é a maior empresa de serviços de perfuração marítima do mundo. Surgiu da cisão da "Sonat, Inc. em 1993 e foi originalmente denominada "Sonat Offshore Drilling, Inc". A empresa adquiriu o grupo norueguês "Transocean ASA" em 1996, passando a adotar o seu nome. Em 2000, fundiu-se com a "Sedco Forex", adotando a denominação "Transocean Sedco Forex". Em 2001, comprou a "Reading & Bates Falcon". Voltou a chamar-se "Transocean" em 2003. Em novembro de 2007, fundiu-se com a "GlobalSantaFe Corporation". (fonte: wikipedia).
Segundo revelado no ano passado pelo “Wikileaks”, José Serra teria prometido sigilosamente à Embaixada dos EUA no Brasil que, se eleito Presidente da República em 2010, abriria maior espaço para atuação da Chevron no Brasil, em detrimento da Petrobras e outras empresas nacionais.
Vejamos a seguir textos do portal UOL e do blog “Tijolaço” sobre os grandes vazamentos de petróleo recentemente causados pela Chevron e Transocean em sua exploração de petróleo no Brasil]:
Do portal UOL:
“As petroleiras "Chevron" e "Transocean" tentaram, indevidamente, alcançar a camada pré-sal no campo de Frade, afirma o Ministério Público Federal (MPF). Na denúncia apresentada quarta-feira (21) à Justiça contra as empresas, o Procurador da República Eduardo Santos sustenta que elas "buscavam explorar a camada do pré-sal brasileiro, tendo se lançado a perfurar sem condições técnicas e de segurança". As petroleiras negam a acusação.
Para Santos, há "indícios de que não havia a intenção de parar a perfuração enquanto não se atingisse o pré-sal". Na tentativa, teria ocorrido a ruptura de alguma estrutura do poço perfurado, dando origem ao primeiro vazamento, ocorrido em 7 de novembro.
O procurador conclui que os denunciados devem responder criminalmente por terem tentado produzir petróleo em desacordo com as licenças e autorizações recebidas dos órgãos competentes. "É certo, tal como exposto pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que o contrato de concessão dos blocos petrolíferos pertencentes à União cobre as profundidades conhecidas como pré-sal. Entretanto, não é menos certo que a exploração e produção efetiva dos hidrocarbonetos, se demandam atividade maior e mais complexa do que a inicialmente prevista nos instrumentos legais, devem ser comunicadas, avaliadas e especificadas pela ANP previamente", escreveu Santos na denúncia encaminhada à Justiça.[...]
FONTE: portal UOL (http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2012/03/22/chevron-tentou-indevidamente-alcancar-a-camada-pre-sal.htm) [mapa e imagem do google adicionados por este blog ‘democracia&política’]
COMPLEMENTAÇÃO
ANP CONFIRMA “TIJOLAÇO”: CHEVRON ECONOMIZOU NO POÇO
FONTE: portal UOL (http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2012/03/22/chevron-tentou-indevidamente-alcancar-a-camada-pre-sal.htm) [mapa e imagem do google adicionados por este blog ‘democracia&política’]
COMPLEMENTAÇÃO
ANP CONFIRMA “TIJOLAÇO”: CHEVRON ECONOMIZOU NO POÇO
“Ontem (22 março) à tarde, Sílvio Jablonski, assessor de diretoria da ANP, afirmou que, se a petroleira [Chevron] não tivesse deixado uma área não revestida do poço, estendendo o revestimento por mais 400 metros além do que foi realizado, não teria havido o vazamento de 2.400 barris de petróleo detectado a partir de 7 de novembro.
Ou seja, que ela não cumpriu os planos de exploração que haviam sido registrados perante os órgãos fiscalizadores que, obviamente, não podem ter um fiscal “morando” em cada plataforma.
É a primeira confirmação oficial do que foi informado aqui, neste blog [“Tijolaço”], no dia 30 de novembro, ou quase quatro meses atrás:
“O que a Chevron não disse à imprensa, aos deputados e à sociedade é que deveria existir uma segunda sapata situada algumas centenas de metros abaixo daquela, capaz de sustentar a coluna de tubos de 9 5/8 polegadas e vedar o espaço entre esses tubos e a perfuração de 12 1/4 polegadas, impedindo a ascensão do petróleo por fora da tubulação.
Essa sapata – que seria também submetida, segundo o plano, a “testes de selo”, para verificar sua capacidade de vedação – simplesmente não foi construída.
No quadro do projeto apresentado pela Chevron, ela estaria situada entre 2050 a 2600 metros e deveria ser capaz de resistir a pressões súbitas (explosões) de mais de seis mil PSI, ou algo como 420 quilogramas-força por centímetro quadrado.
Essa sapata e a vedação jamais existiram, apesar de o poço já ter atingido 3.329 metros de profundidade. Evidentemente, também não existiu o teste de selo.
Só a partir daí, segundo o plano apresentado pela Chevron, é que a perfuração seria feita com a broca de 8 ½ polegadas, que é o diâmetro convencional da chamada “fase final” de um poço de petróleo, aquela que toca o reservatório subterrâneo de óleo. Essa fase não possui revestimento, o que é chamado de “poço aberto” no jargão técnico. No seu depoimento á Comissão de Meio Ambiente, o presidente da Chevron-“Brasil” (?), o Sr. Charles Buck, admitiu que a broca usada no momento do acidente era a de 8 ½ polegadas.
Na perfuração executada pela Chevron, a situação era de “poço aberto” a partir de 567 metros abaixo do solo marinho. Embora o ponto provável de ruptura tenha sido abaixo da sapata situada nesse nível, pode ter ocorrido em outro, em razão da grande extensão – comprimento vertical + horizontal, conhecido tecnicamente como TD(MD) – aumentada pelo fato de o poço fazer duas longas curvas (dog legs, na linguagem técnica) e ter um trecho horizontal. Se os diagramas apresentados pela Chevron tiverem proporção correta, é possível estimar essa extensão em mais de três quilômetros sem revestimento ou vedação.
E isso numa formação geológica cheia de fraturas e fissuras, o que é admitido no estudo e provocou até a mudança de direção de três poços perfurados em Frade.
Mas o que poderia ter feito a Chevron não implantar a sapata de sustentação e vedação?
Não é possível dizer, mas é natural que se avalie a vantagem de não o fazer: economia.
Uma sapata com essa resistência custa algo como R$ 1 milhão, o que somado ao tempo de parada na perfuração, em razão dos custos fixos, pode quadruplicar, pelo menos, de valor. Só o aluguel da sonda – mesmo a “baratinha” que utilizaram – é equivalente a cerca de R$ 500 mil por dia e ela não pode perfurar enquanto não se completa a cimentação, espera-se o tempo de “pega” do cimento e se realizam os testes de selagem.
Infelizmente, o “jornalismo investigativo” brasileiro parece ter pouco “apetite” pela apuração de casos que envolvem grandes interesses privados, como o da indústria petroleira e, sobretudo, a multinacional.
Estamos vendo as hipóteses mais absurdas sendo veiculadas pelos jornais para explicar os vazamentos – aparentemente residuais – no campo operado pela empresa americana. Fala-se até em “afundamento” de uma imensa calota de solo marinho por conta de fissuras e- acreditem – em novos “vazamentos naturais”.
Mas ninguém, até agora, se preocupou em comparar o que fez a Chevron e o plano de exploração que ela mesma fez aprovar pelas autoridades públicas, e que está disponível para quem se interessar.
E parece que nossos grandes jornais não se interessam, mesmo.”
FONTE (da complementação): trechos de texto do blog “Tijolaço” (http://www.tijolaco.com/anp-confirma-tijolaco-chevron-economizou-no-poco/) [pequenos ajustes de data e de forma introduzidos por este blog ‘democracia&política’].
Do Democracia e Política
Ou seja, que ela não cumpriu os planos de exploração que haviam sido registrados perante os órgãos fiscalizadores que, obviamente, não podem ter um fiscal “morando” em cada plataforma.
É a primeira confirmação oficial do que foi informado aqui, neste blog [“Tijolaço”], no dia 30 de novembro, ou quase quatro meses atrás:
“O que a Chevron não disse à imprensa, aos deputados e à sociedade é que deveria existir uma segunda sapata situada algumas centenas de metros abaixo daquela, capaz de sustentar a coluna de tubos de 9 5/8 polegadas e vedar o espaço entre esses tubos e a perfuração de 12 1/4 polegadas, impedindo a ascensão do petróleo por fora da tubulação.
Essa sapata – que seria também submetida, segundo o plano, a “testes de selo”, para verificar sua capacidade de vedação – simplesmente não foi construída.
No quadro do projeto apresentado pela Chevron, ela estaria situada entre 2050 a 2600 metros e deveria ser capaz de resistir a pressões súbitas (explosões) de mais de seis mil PSI, ou algo como 420 quilogramas-força por centímetro quadrado.
Essa sapata e a vedação jamais existiram, apesar de o poço já ter atingido 3.329 metros de profundidade. Evidentemente, também não existiu o teste de selo.
Só a partir daí, segundo o plano apresentado pela Chevron, é que a perfuração seria feita com a broca de 8 ½ polegadas, que é o diâmetro convencional da chamada “fase final” de um poço de petróleo, aquela que toca o reservatório subterrâneo de óleo. Essa fase não possui revestimento, o que é chamado de “poço aberto” no jargão técnico. No seu depoimento á Comissão de Meio Ambiente, o presidente da Chevron-“Brasil” (?), o Sr. Charles Buck, admitiu que a broca usada no momento do acidente era a de 8 ½ polegadas.
Na perfuração executada pela Chevron, a situação era de “poço aberto” a partir de 567 metros abaixo do solo marinho. Embora o ponto provável de ruptura tenha sido abaixo da sapata situada nesse nível, pode ter ocorrido em outro, em razão da grande extensão – comprimento vertical + horizontal, conhecido tecnicamente como TD(MD) – aumentada pelo fato de o poço fazer duas longas curvas (dog legs, na linguagem técnica) e ter um trecho horizontal. Se os diagramas apresentados pela Chevron tiverem proporção correta, é possível estimar essa extensão em mais de três quilômetros sem revestimento ou vedação.
E isso numa formação geológica cheia de fraturas e fissuras, o que é admitido no estudo e provocou até a mudança de direção de três poços perfurados em Frade.
Mas o que poderia ter feito a Chevron não implantar a sapata de sustentação e vedação?
Não é possível dizer, mas é natural que se avalie a vantagem de não o fazer: economia.
Uma sapata com essa resistência custa algo como R$ 1 milhão, o que somado ao tempo de parada na perfuração, em razão dos custos fixos, pode quadruplicar, pelo menos, de valor. Só o aluguel da sonda – mesmo a “baratinha” que utilizaram – é equivalente a cerca de R$ 500 mil por dia e ela não pode perfurar enquanto não se completa a cimentação, espera-se o tempo de “pega” do cimento e se realizam os testes de selagem.
Infelizmente, o “jornalismo investigativo” brasileiro parece ter pouco “apetite” pela apuração de casos que envolvem grandes interesses privados, como o da indústria petroleira e, sobretudo, a multinacional.
Estamos vendo as hipóteses mais absurdas sendo veiculadas pelos jornais para explicar os vazamentos – aparentemente residuais – no campo operado pela empresa americana. Fala-se até em “afundamento” de uma imensa calota de solo marinho por conta de fissuras e- acreditem – em novos “vazamentos naturais”.
Mas ninguém, até agora, se preocupou em comparar o que fez a Chevron e o plano de exploração que ela mesma fez aprovar pelas autoridades públicas, e que está disponível para quem se interessar.
E parece que nossos grandes jornais não se interessam, mesmo.”
FONTE (da complementação): trechos de texto do blog “Tijolaço” (http://www.tijolaco.com/anp-confirma-tijolaco-chevron-economizou-no-poco/) [pequenos ajustes de data e de forma introduzidos por este blog ‘democracia&política’].
Do Democracia e Política
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