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domingo, 24 de junho de 2012

Cachoeira, acuado, pode complicar ainda mais seus velhos aliados

Mantido preso por decisão da justiça, apesar de Tourinho Neto, Cachoeira pode complicar, ainda mais, seus velhos aliados. Perillo, Demóstenes Torres e Jovair Arantes
Cachoeira prestes a abandonar a estratégia do silêncio
Nesta semana, a sorte de Carlinhos Cachoeira mudou. O jogo virou pro lado dele e deu zebra. E Cachoeira está nervoso a ponto de ter acabado de desacatar um agente penitenciário.

Cachoeira, a propósito, estava animadíssimo com o voto equivocado do desembargador federal Tourinho Filho. No momento, e segundo avaliam policiais federais consultados por este articulista, Cachoeira, que está a perder fichas no jogo jogado, poderá “quebrar o silêncio e detonar”.


Como todos lembram, –até porque assustador em termos de insegurança social–, o desembargador, Torunho Neto, havia, em voto, concedido a Cachoeira ordem de habeas-corpus. Isto para colocá-lo em liberdade. E, também, para anular todas as interceptações telefônicas realizadas, –com autorização judicial e aval do Ministério Público–, na chamada operação Monte Carlo, conduzida pela Polícia Federal.


Mais animado Cachoeira ficou quando, em outro e diverso feito, o precipitado Tourinho Neto deu efeito extensivo ao habeas corpus concedido em favor de um tal Careca. Com o efeito extensivo, a ordem de soltura de Careca beneficiava Cachoeira.


Mas, a festa judiciária promovida por Tourinho Neto virou, ontem e para Cachoeira, uma tragédia.


Como já informado e comentado neste espaço, por 2×1, o voto de Tourinho Neto foi rejeitado pelos seus colegas togados do Tribunal Regional Federal (1ª.Região), na segunda-feira passada.


Ontem, o ministro Gilson Dip, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu liminar para cassar o efeito extensivo, concedido por Torurinho Neto, para colocação de Cachoeira em liberdade, junto com o referido Careca.


Para rematar e ainda ontem, uma nova zebra apareceu para Cachoeira.


O Tribunal de Justiça do Distrito Federal denegou ordem de habeas-corpus em favor de Cachoeira. Ele pretendia cair fora da cadeia em face de prisão preventiva imposta nos autos do inquérito iniciado pela operação Sain Michel. A operação Sain Michel refere-se a fraudes em licitações de bilhete eletrônico de transporte público em Brasília.


Resta a Cachoeira bater à porta do Supremo Tribunal Federal (STF). E as suas esperanças voltariam num STF que conta com um ministro Marco Aurélio, que soltou Salvatore Cacciola (fugiu para a Itália e só foi recapturado quando foi passear em Monte Carlo) e um Gilmar Mendes que, contrariando jurisprudência do STF, pulou instâncias para conceder liminar e soltar o banqueiro Daniel Dantas. Fora isso, Gilmar Mendes soltou o médico Roger Abdelmassih, que estaria no Líbano, como lhe convém espalhar para tirar a polícia do seu encalço em território brasileiro.


Pelo que circula, Cachoeira, — que de tolo não tem nada–, já analisa se “jogou certo” ao optar pelo silêncio.


Pelas informações que circulam, Cachoeira já está a achar que o silêncio não foi suficiente para ganhar a liberdade e reduzir a pó as operações Monte Carlo e Vegas (a que ficou anos na gaveta do procurador-geral Roberto Gurgel, apesar do prazo de 30 dias estabelecido pela lei processual para se manifestar). E pouco valeu a defesa técnica entregue ao influente advogado Márcio Thomaz Bastos, contrato a peso de ouro.


Por isso, Cachoeira já estaria a imaginar numa outra cartada, pois insatisfeito com o poder de pressão dos seus amigos poderosos e potentes. E até o seu fâmulo, senador Demóstenes Torres, caiu no desespero pela não prevalência do voto de Tourinho Neto e manutenção das conversas telefônicas gravadas. Demóstenes estava pronto para afirmar a inexistência de provas lícitas das suas ligações com Cachoeira.


Num pano rápido. Cachoeira pode mudar e virar uma metralhadora giratória. Para tanto, bastará abrir a boca e deixar o silêncio de lado. Essa cartada é desaconselhada pelos seus defensores, certamente.


Wálter Maierovitch

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