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sexta-feira, 8 de junho de 2012

EMBRAER RENUNCIA À GAMA DE AVIÕES CIVIS MAIORES E AMBICIONA SETOR DE DEFESA

ERJ 195
 
Por Patrick Rahir, na "Veja.com"

“A fabricante brasileira de aeronaves Embraer anunciou na terça-feira sua desistência na fabricação de aviões civis de pequeno porte para concorrer com a Airbus e Boeing, mas ressaltou sua ambição no setor da defesa.

Terceira maior fabricante mundial, a Embraer estudou durante dois anos projetos de aeronaves domésticas de 130 a 160 lugares ( sua produção atual para em 120 assentos), que rivalizaria com os menores aviões de corredor único da europeia Airbus e da americana Boeing.

" Não temos planos para desenvolver essa aeronave", declarou o presidente da divisão de aviação comercial, Paulo Cesar Silva, à imprensa em Paris. "Fizemos alguns estudos de mercado, conversamos com muitos clientes... e não vemos justificativa econômica para esse projeto".

Airbus e Boeing já garantiram grande parte do mercado ao lançar suas versões remotorizadas das aeronaves de corredor único A320 e 737, o “Neo” e o “Max”, e a canadense Bombardier já tem dificuldades para ganhar espaço nesse segmento com seu “CSeries”, argumentou.

No entanto, " vamos remotorizar a gama de E-Jets, a fim de manter a nossa posição de liderança no segmento de aeronaves de 70 a 120 assentos", disse César Silva.

Os primeiros modelos, batizados “G2”, redesenhados e remotorizados para consumir menos, devem entrar em serviço em 2018, segundo ele. Os novos reatores serão escolhidos até ao final do ano.

A Embraer oferece quatro modelos de aeronaves domésticas ( E170, E175, E190 e E195). Ela entregou 823 em oito anos, e ainda tem 240 encomendadas.

A aviação comercial representa 65% das vendas da fabricante brasileira e continuará a ser a maior parte de sua atividade, acrescentou Cesar Silva.

A Embraer também criou uma divisão de defesa em 2010, que representa 7% do seu volume de negócios. Essa percentagem deverá atingir 16% em 2012, anunciou o chefe da Divisão de Segurança e Defesa, Luiz Carlos Aguiar, que tem como meta alcançar 25% até 2020.

A companhia já é conhecida por seu turboélice de ataque leve e treinamento avançado Super Tucano. Com 182 exemplares encomendados por uma dúzia de países, venceu em 2011 uma licitação da Força Aérea dos Estados Unidos.

A Aeronáutica americana [USAF], contudo, cancelou o contrato em fevereiro, após os protestos da concorrente americana infeliz, a Hawker Beechcraft, mas abriu novo concurso, informou Carlos Aguiar, que não quis comentar sobre suas chances.

A Embraer também se lançou no mercado de aeronaves de transporte militar e propõe um sucessor para o C-130 da Lockheed Martin. O KC-390, capaz de transportar carga de 23 toneladas, deve fazer seu primeiro voo em 2014 e entrar em serviço em 2016. A Embraer busca de 16 a 18% de um mercado global estimado em 700 aeronaves, total de 50 bilhões de dólares.

Suas ambições não param por aí. A fabricante está envolvida em dois projetos governamentais de grande porte: o primeiro satélite de comunicações fabricado no Brasil e a implantação de um sistema de vigilância das fronteiras.

Para obter uma quota do mercado de satélites, avaliado em 400 milhões de dólares, a Embraer criou uma sociedade com a empresa de telecomunicações Telebrás. O satélite, que terá dupla função, civil e militar, deve ser lançado no final de 2015, disse Carlos Aguiar.

O Brasil tem 17.000 quilômetros de fronteiras. Seu monitoramento exigirá comunicações por satélite, radar, aeronaves não tripuladas, sistemas de comando e veículos blindados, um projeto estimado em quatro bilhões de dólares em dez anos.”

FONTE: reportagem de Patrick Rahir, na “Veja.com”  (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=06/06/2012&page=mostra_notimpol) [imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

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