A ROTA - Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, que deveria estar sob o
comando do governador tucano Geraldo Alckmin - mas o Ministério Público
Federal afirma que perderam o controle sobre a tropa, lembram-se? -
continua a carnificina que promove em São Paulo. Ao invés de prender,
instaurar processo e investigar, matou mais três suspeitos esta semana,
na noite da 4ª feira.
Segundo a ROTA, as mortes ocorreram em troca de tiros após tentativa de
roubo à casa de um coronel reformado da PM, no Alto da Lapa, Zona Oeste
paulistana. Por volta das 23h, conta a ROTA, o coronel foi rendido pelos
suspeitos quando chegava de carro em casa. Na versão dela, o militar
teria tentado negociar com os ladrões que queriam invadir sua casa e foi
agredido com coronhadas e socos.
Um vigia particular da rua e a mulher do coronel viram, ligaram para o
190 e, de acordo com a ROTA, quando seus policiais chegaram ao local
foram recebidos a tiros pelos suspeitos na garagem da casa. Nesta troca
de tiros, os três suspeitos foram baleados e levados ao PS da Lapa, mas
não resistiram aos ferimentos e morreram.
Policiais dizem envolver-se em tiroteios e não ficam feridos
De novo, e como já aconteceu tantas vezes antes em se tratando da ROTA,
nenhum policial dela foi ferido no tiroteio. Há duas semanas, no dia 16
de julho dois suspeitos morreram em troca de tiros, naquela ocasião, na
Zona Leste da capital e em Diadema. Nos dois casos, a ROTA informou que
os suspeitos abriram fogo contra os policiais, que revidaram. Nenhum PM
ficou ferido.
E assim, já que tem licença, a ROTA prossegue na rotina que instituiu em
São Paulo: matar. Matar suspeitos antes de prendê-los, instaurar
processos, investigá-los. Mata antes, investigar depois - quando
investiga.
O proprio governador Alckmin, seu supremo comandante - ou que deveria
ser - acaba por estimular essa violência e forma de ação policial ao se
omitir de condenar claramente esses assassinatos cometidos em represália
a covardes e bárbaros crimes contra a população e policiais.
Represália policial vitima a população e os próprios policiais
Basta ouvir as declarações do governador que, como bem disse o MPF-SP,
perdeu o comando e o controle sobre a tropa. Ou, acrecento eu, faz de
conta que perdeu. Infelizmente, não é a 1ª vez que esquadrões da morte
são organizados pelas próprias autoridades ou pela omissão e conivência
delas no Brasil.
Como se viu e de forma muito comum, por exemplo, durante a ditadura
militar, então, denunciados pelo ex-deputado Hélio bicudo. Só esperamos
que as instituições democráticas, em nome do Estado de Direito e do novo
Brasil que estamos a construir, dêem um basta e impeçam essa prática
criminosa.
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