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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Os maiores escândalos de corrupção do Brasil

Tem este ranking de uma publicação – pasmem – da Abril, que mostra o chamado “Mensalão” em nono lugar, bem atrás de vários escândalos bilionários demotucanos. O campeão foi o do Banestado. 
 
Os maiores escândalos de corrupção do Brasil 
 
por Claudia Lima 
 
 
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Por causa dela, perdemos R$ 12 bilhões em investimentos privados em 2011 – o equivalente a R$ 1,2 mil pagos anualmente por cada trabalhador brasileiro. Conheça os casos mais notórios dos últimos 20 anos* 
 
10. Me dá um dinheiro aí 
CASO: Máfia dos fiscais 
ROMBO: R$ 18 milhões 
QUANDO: 1998 e 2008 
ONDE: Câmara dos vereadores e servidores públicos de São Paulo.
Comerciantes e ambulantes (mesmos aqueles com licença para trabalhar) eram colocados contra a parede: se não pagassem propinas, sofriam ameaças, como ter as mercadorias apreendidas e projetos de obras embargados. O primeiro escândalo estourou em 1998, no governo de Celso Pitta. Dez anos mais tarde, uma nova denúncia deu origem à Operação Rapa. 
 
9. Olha essa mesada! 
CASO: Mensalão 
ROMBO: R$ 55 milhões 
QUANDO: 2005 
ONDE: Câmara Federal
Segundo delatou o ex-deputado federal Roberto Jefferson, acusado de envolvimento em fraudes dos Correios, políticos aliados ao PT recebiam R$ 30 mil mensais para votar de acordo com os interesses do governo Lula. Dos 40 envolvidos, apenas três deputados foram cassados. A conta final foi estimada em R$ 55 milhões, mas pode ter sido muito maior. 
 
8. Siga aquela ambulância 
CASO: Sanguessuga 
ROMBO: R$ 140 milhões 
QUANDO: 2006 
ONDE: Prefeituras e Congresso Nacional
Investigações apontaram que os donos da empresa Planam pagavam propina a parlamentares em troca de emendas destinadas à compra de ambulâncias, superfaturadas em até 260%. Membros do governo atuavam nas prefeituras para que empresas ligadas à Planam ganhassem as licitações. Nenhum dos três senadores e 70 deputados federais envolvidos no caso perdeu o mandato. 
 
7. Pobre Amazônia 
CASO: Sudam 
ROMBO: R$ 214 milhões 
QUANDO: 1998 e 1999 
ONDE: Senado Federal e União
Dirigentes da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia desviavam dinheiro por meio de falsos documentos fiscais e contratos de bens e serviços. Dos 143 réus, apenas um foi condenado e recorre da sentença. Jader Barbalho, acusado de ser um dos pivôs do esquema, renunciou ao mandato de senador, mas foi reeleito em 2011. 
 
6. Navalha na carne 
CASO: Operação Navalha 
ROMBO: R$ 610 milhões 
QUANDO: 2007 
ONDE: Prefeituras, Câmara dos Deputados e Ministério de Minas e Energia
Atuando em nove estados e no Distrito Federal, empresários ligados à Construtora Gautama pagavam propina a servidores públicos para facilitar licitações de obras. Até projetos ligados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ao Programa Luz Para Todos foram fraudados. Todos os 46 presos pela Polícia Federal foram soltos. 
 
5. Bilhete premiado 
CASO: Anões do orçamento 
ROMBO: R$ 800 milhões 
QUANDO: De 1989 a 1992 
ONDE: Congresso Nacional
Sete deputados (os tais “anões”) da Comissão de Orçamento do Congresso faziam emendas de lei remetendo dinheiro a entidades filantrópicas ligadas a parentes e cobravam propinas de empreiteiras para a inclusão de verbas em grandes obras. Ficou famoso o método de lavagem do dinheiro ilegal: as sucessivas apostas na loteria do deputado João Alves. 
 
4. Cadê o fórum? 
CASO: TRT de São Paulo 
ROMBO: R$ 923 milhões 
QUANDO: De 1992 a 1999 
ONDE: Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo
O Grupo OK, do ex-senador Luiz Estevão, perdeu a licitação para a construção do Fórum Trabalhista de São Paulo. A vencedora, Incal Alumínio, deu os direitos para o empresário Fabio Monteiro de Barros. Mas uma investigação mostrou que Fabio repassava milhões para o Grupo OK, com aval de Nicolau dos Santos Neto, o Lalau, ex-presidente do TRT-SP. A construção do Fórum nunca foi concluída. 
 
3. Precinho camarada 
CASO: Banco Marka 
ROMBO: R$ 1,8 bilhão 
QUANDO: 1999 
ONDE: Banco Central
Com acordos escusos, o Banco Marka, de Salvatore Cacciola, conseguiu comprar dólar do Banco Central por um valor mais barato que o ajustado. Uma CPI provou o prejuízo aos cofres públicos, além de acusar a cúpula do BC de tráfico de influência, entre outros crimes. Cacciola foi detido em 2000, fugiu para a Itália no mesmo ano e, preso em Mônaco em 2008, voltou ao Brasil deportado. 
 
2. Chama o Van Helsing 
CASO: Vampiros da Saúde 
ROMBO: R$ 2,4 bilhões 
QUANDO: De 1990 a 2004 
ONDE: Ministério da Saúde
Empresários, funcionários e lobistas do Ministério da Saúde desviaram dinheiro público fraudando licitações para a compra de derivados do sangue usados no tratamento de hemofílicos. Propinas eram pagas para a Coordenadoria Geral de Recursos Logísiticos, que comandava as compras do Ministério, e os preços (bem acima dos valores de mercado) eram combinados antes. Todos os 17 presos já saíram da cadeia. 
 
1. Manda pra fora 
CASO: Banestado 
ROMBO: R$ 42 bilhões 
QUANDO: De 1996 a 2000 
ONDE: Paraná
Durante quatro anos, cerca de US$ 24 bilhões foram remetidos ilegalmente do antigo Banestado (Banco do Estado do Paraná) para fora do país por meio de contas de residentes no exterior, as chamadas contas CC5. Uma investigação da Polícia Federal descobriu que as remessas fraudulentas eram feitas por meio de 91 contas correntes comuns, abertas em nome de “laranjas”. A fraude seria conhecida por gerentes e diretores do banco. Foram denunciados 684 funcionários – 97 foram condenados a penas de até quatro anos de prisão. O estado obteve o retorno de arrecadação tributária de cerca de R$ 20 bilhões. 
 
*Valores estimados e atualizados pela inflação 
 
Fontes: Andre Carraro, professor do departamento de economia da Unversidade Federal de Pelotas e especialista em corrupção, Museu da Corrupção, Controladoria-Geral da União, ONG Transparência Brasil, site Consultor Jurídico, Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo

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