Guerrilheiro Virtual

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Mendes pede inquérito à PGR contra CartaCapital

Carta Capital
 
O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes pediu à Procuradoria Geral da República a abertura de inquérito por calúnia, injúria e difamação contra CartaCapital. O motivo é a revelação da lista do chamado “mensalão mineiro”, publicada na antepenúltima edição da revista, na qual aparece como receptor de 185 mil reais em março de 1999. (leia mais AQUI)

A lista inclui nomes de empresários, políticos, juízes, jornalistas e autoridades, quase todos tucanos, registrados no documento assinado por Marcos Valério, um dos principais réus do mensalão do PT. Também é do publicitário a assinatura de um documento de apresentação da lista, no qual ele garante ter repassado, apenas a Azeredo, 4,5 milhões de reais para a campanha.

Mendes aparece na lista de beneficiados pelo esquema mineiro

A íntegra do documento foi publicada por CartaCapital há cerca de duas semanas. Na lista, o nome de Mendes aparece ao lado da sigla “AGU” (Advocacia Geral da União), órgão pelo qual só atuaria no ano seguinte do recebimento. Faltou dizer que à época ele era subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil – um órgão ligado à AGU.

Mendes, conforme noticiou o jornal Estado de S.Paulo, argumenta que a lista é falsa. Estranha, na atitude do ministro, que ele não tenha contratado advogado para se defender como pessoa física por meio de uma eventual ação reparatória. Preferiu ir direto à Procuradoria para pedir a instauração do inquérito.

O original da lista do valerioduto mineiro contém 27 páginas com o registro contábil, em cartório, de 104,3 milhões de reais movimentados por meio de caixa 2. Essa é a quantia, segundo o documento, gasta na fracassada campanha à reeleição do ex-governador e atual deputado Eduardo Azeredo, do PSDB, em 1998.

O documento foi entregue em 2 de agosto pelo advogado Dino Miraglia Filho ao ministro do STF Joaquim Barbosa. A Polícia Federal também recebeu os documentos.

O valerioduto mineiro, operado durante a campanha de reeleição do governador Eduardo Azeredo (PSDB), também está no STF, mas, diferentemente do similar petista, somente para os envolvidos com direito a foro privilegiado –  Azeredo e o senador Clésio Andrade (PMDB-MG). Os demais serão julgados pela Justiça comum mineira.

A estrategia de desqualificar a lista e os acusadores foi a mesma usada no caso da Lista de Furnas. Os envolvidos diziam se tratar de uma falsificação, mas perícia da Polícia Federal apontou a autenticidade do documento.

Leia também:
 
Juiz? Não, réu


Nenhum comentário:

Postar um comentário

”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”