A última vez que os paulistanos votaram no da esquerda elegeram o da direita |
E então leio que o lema da campanha de Serra é: “Para São Paulo seguir avançando”.
Bom.
Com a autoridade de quem já votou em Serra mais de uma vez, digo: para São Paulo seguir avançando, tem que se livrar de Serra.
Chega. São Paulo merece caras novas. Idéias frescas. Mente aberta e
alerta. São Paulo demanda inovadores. Serra está para São Paulo como
Sarney está para o Senado: é a representação do passado, da
obsolescência.
Prestou serviços à cidade? Não sei. Tenho dúvidas. Muitas. Se em seus
anos de prefeito e governador ele não conseguiu lidar com as previsíveis
enchentes de verão, um dos maiores dramas da cidade, por que o
paulistano deveria acreditar que ele é competente?
Serra, além do mais, é aquele tipo de candidato em quem você vota tendo que saber direito qual é o vice.
Caso ganhe a prefeitura de São Paulo, um cargo que dá prestígio nacional
dada a importância econômica e política da cidade, alguém tem dúvida
sobre qual será o candidato do PSDB à presidência em 2014?
Serra acha que nasceu para ser presidente do Brasil, e vem travando um
duelo de vontades com os brasileiros, que nas urnas têm dito que não
concordam com ele. São Paulo é apenas um meio para quem cobiça tão
ardentemente a presidência, e não um fim. Exatamente por isso, na última
vez em que votei em Serra votei, sem saber, em Kassab. O gesto mais
notável de Kassab foi a estapafúrdia proibição de nomes de empresas nos
prédios de São Paulo. Se fosse prefeito de Londres, Kassab teria mandado
apagar as luzes do luminoso de Piccadilly.
Kassab mandaria apegar estas luzes se fosse prefeito de Londres |
São Paulo clama, grita por gente nova.
Para a cidade seguir avançando, Serra tem que recuar. Para Serra recuar,
a única saída – uma vez que ele parece decidido a ter uma carreira
perpétua – é não votar nele.
Paulo Nogueira
No Diário do Centro do Mundo
No Diário do Centro do Mundo
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