![]() |
"O PSD não é de direita, esquerda, nem de centro" Kassab |
São 48 deputados em exercício e sete licenciados. É a quarta maior
bancada na Câmara, atrás apenas de PT, PMDB e PSDB. Será com eles que o
governo terá de negociar nos próximos anos para aprovar qualquer projeto
de peso.
Mas os parlamentares do recém-nascido PSD são, em grande parte, uma
massa de ilustres desconhecidos, sem trajetórias políticas de destaque
ou projetos de lei significativos. A maioria, 28, está no primeiro
mandato e os outros estão no exercício do segundo mandato, já que poucos
passaram pelo crivo das urnas mais de duas vezes.
A bancada é formada principalmente por empresários , 38 no total, pouco
afeitos ao dia a dia do Congresso. Apenas um deputado da legenda figura
na lista dos 100 “cabeças” do Congresso, feita anualmente pelo
Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Trata-se de
Eduardo Sciarra (PR), eleito com apenas um voto, que ele garante não
ser dele próprio. “Nem sabia dessa votação”, defende-se.
Sciarra, que está em seu terceiro mandato, deixou o DEM após uma
frustrada disputa pela liderança com o atual líder ACM Neto (BA). No
início do ano, a contenda lhe rendeu uma derrota de 27 a 16 votos. Foi
quando decidiu debandar. “Se eu tivesse ganho essa disputa, estaria hoje
no DEM e o grupo do ACM Neto, possivelmente, estaria fora”, afirma o
deputado, destacando que queria um partido “que não tivesse caciquismo e
não tivesse dono”.
Agora que deixou a oposição, adota o tom pragmático que caracteriza o
novo partido. “Somos independentes, não teremos aliança com o governo.
Ser de centro-direita não é problema, o PP e o PMDB são mais de direita
do que o PSD e compõem a base do governo. A questão ideológica hoje
ficou de lado. Vale o pragmatismo”, pontua, ecoando o prefeito
paulistano, Gilberto Kassab, fundador e presidente do partido.
Entre os jovens do partido, o deputado Fábio Faria (RN) é um dos que
evitam falar em ideologia. Uma pesquisa com seu nome no Google rende
fotos suas cercado de celebridades, muitas delas constando de sua lista
de conquistas amorosas, como as atrizes Priscila Fantin e Letícia
Birkheuer e as apresentadoras Adriane Galisteu e Sabrina Sato. Sua
atuação como parlamentar só foi notícia ao se envolver no escândalo das
passagens aéreas na Câmara, quando se descobriu que Fábio havia
demonstrado seu amor por Galisteu pagando com verba da Casa passagens de
ida e volta para a namorada e a sogra.
Casamento
Outro a desfilar nas colunas sociais é o empresário da noite paulistana
Guilherme Mussi (SP). O deputado teve seu casamento em 2008, com a
herdeira da loja de luxo Daslu, Luciana Tranchesi, aclamado por revistas
de fofoca como “a cerimônia mais badalada dos últimos tempos no high
society paulistano”. A festa, na Villa Daslu, para 1,3 mil convidados,
teve champanhe Taittinger Brut Prestige Rosé, a R$ 270 a garrafa. Mas a
união durou pouco mais de um ano. De lá para cá, após breve namoro com
uma socialite de São Paulo, Mussi submergiu do noticiário de
celebridades, a exemplo de sua atuação parlamentar.
A ala jovem do PSD também tem seu representante no Rio de Janeiro. O
deputado Felipe Burnier é um típico menino do Rio. Com sobrenome
político, ele é filho do ex-prefeito de Nova Iguaçu Nelson Burnier,
frequenta a praia da Barra da Tijuca e usou um funk como jingle da
campanha de 2010. Considera-se uma “pessoa do bem”, conforme seu perfil
no Facebook, e adora fazer novas amizades. “Vivo a vida intensamente,
não me arrependo de nada que tenha feito, somente do que ainda não fiz.
Amo a vida!!!”, é a mensagem na comunidade virtual. O jeitão “bon
vivant” deu o tom de um projeto enviado no ano passado à Câmara. Burnier
propôs que todos os dias de jogos do Brasil na Copa de 2014 sejam
feriados nacionais. “Quero mais é que tenha feriado e que o Brasil seja
campeão”, exalta.
Problemas na Justiça
Há também no PSD quem tenha problemas com a Justiça. Carlos Souza
(PSD-AM), que esteve em cinco partidos nos últimos 20 anos, foi preso em
2009 quando era vice-prefeito de Manaus. Ele responde a processo por
associação ao tráfico de drogas e é suspeito de ter encomendado a morte
de traficantes. Ele é irmão do falecido deputado estadual Wallace Souza,
acusado de ser o chefe de uma quadrilha que comandava o comércio de
drogas no Amazonas e que assassinava traficantes para aumentar a
audiência de um programa de TV apresentado pelos irmãos Souza. Segundo
denúncia do Ministério Público, em um caso que ganhou repercussão
internacional, Wallace aproveitava “informações privilegiadas” sobre
quem ia ser morto para exibir os crimes consumados em seu programa
policial televisivo, o Canal livre, e subir a audiência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”