São Paulo – Os brasileiros, entre adultos e adolescentes, que consomem
maconha diariamente somam 1,5 milhão, aponta estudo divulgado hoje (1º)
pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) revela ainda que
7% da população adulta já experimentaram a droga em alguma fase da vida,
o que equivale a 8 milhões de pessoas. Entre adolescentes, 600 mil
tiveram contato com a maconha.
Dos 3,4 milhões de pessoas que usaram maconha no último ano, mais de um
terço (37%) é dependente, o que representa 1,3 milhão. Entre os
adolescentes, os índices de dependência alcançam 10% dos entrevistados.
De acordo com a pesquisa, o Brasil não está entre os países com os
maiores índices de consumo da droga. Enquanto, a média brasileira é 3%, o
índice chega a 5% na Europa e 10% nos Estados Unidos. No entanto, ainda
conforme a pesquisa, as Nações Unidas acreditam que os dados oficiais
na América Latina possam ser subestimados, "uma vez que o volume de
maconha apreendido no Brasil está entre os maiores do mundo e o país não
é um grande fornecedor de nenhuma região."
Foram entrevistadas 4.607 pessoas em 149 municípios, com idade a partir
de 14 anos. A amostragem, de acordo com os coordenadores do estudo, é
representativa. Diferente da primeira pesquisa, feita em 2006, os
entrevistados no atual levantamento responderam a um questionário
sigiloso sobre consumo de drogas.
Para o coordenador da pesquisa, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, um dado
preocupante é a proporção entre usuários adultos e adolescentes. Em
2006, existia um adolescente para cada adulto que usa maconha. Em 2012, a
proporção aumentou para 1,4 adolescente por adulto. Em 62% dos casos,
os usuários experimentaram a droga pela primeira vez antes dos 18 anos.
“Se as leis ficarem mais frouxas em relação ao uso da maconha, o maior
prejudicado vai ser o adolescente. Qual vai ser o impacto em relação à
saúde mental desses adolescentes? É isso que os dados nos alertam. A
pessoa que já é usuária não vai mudar o padrão de consumo. Quem pode
mudar o padrão de consumo, de acordo com a nossa atitude legislativa, é o
adolescente”, avalia.
Os entrevistados também foram questionados sobre a legalização da
maconha no país. A maioria (75%) é contrária, ante 11% favoráveis. Os
dados reunidos no Lenad irão possibilitar, posteriormente, a avaliação
do consumo de outras drogas, como o crack.
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