Apontado por integrantes da campanha como o coordenador do plano de
governo de Celso Russomanno (PRB), candidato que lidera todas as
pesquisas de intenção de votos em São Paulo, “Carlos Baltazar” chama-se,
na verdade, Carlos Alberto Joaquim. Funcionário concursado de baixo
escalão da Prefeitura, ele realiza função secundária no comitê, como
agrupar sugestões de propostas enviadas por colaboradores de Russomanno.
O candidato do PRB apresentou nesta semana um programa de governo que
virou alvo de críticas por reproduzir uma série de propostas genéricas
apresentadas em julho à Justiça Eleitoral. Os adversários afirmam também
que suas propostas, como o aumento do efetivo da guarda municipal de 6
mil para 20 mil homens, não têm lastro orçamentário. O plano de governo
impresso por Russomanno é assinado apenas pelo candidato e por seu vice,
Luiz Flávio D’Urso (PTB).
Os nomes dos “técnicos” que Russomanno diz terem ajudado a elaborar o
programa de governo nunca foram divulgados oficialmente pela campanha
do PRB, apenas o de “Carlos Baltazar”.
Joaquim (ou “Carlos Baltazar”), que se apresenta como fotógrafo nas
redes sociais, é assistente de gestão de políticas públicas na
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho. Ele foi
levado para a campanha por Luiz Augusto de Souza Ferreira, o Guto, que é
o seu chefe no banco de microcrédito da Prefeitura e filiado ao PRB.
A equipe de Russomanno divulgou o nome falso alegando que Joaquim
poderia ser perseguido, já que o prefeito Gilberto Kassab (PSD) apoia a
candidatura de José Serra (PSDB). O “Baltazar” utilizado pelo servidor
municipal seria um sobrenome de seus familiares que não consta de seus
documentos oficiais.
Questionado pelo jornal O Estado de S. Paulo,
Russomanno afirmou que os colaboradores do seu programa usam “nome de
guerra” para se protegerem de possível “perseguição”. O candidato negou
que Joaquim seja coordenador “laranja”.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho,
Marcos Cintra (PSD), chefe de Joaquim, afirmou nesta quarta-feira (26)
desconhecer um funcionário com sobrenome de “Baltazar”. “Li uns dez dias
atrás que apareceu essa coisa de Carlos Baltazar. Chamou a minha
atenção, mandei ver se tinha esse nome. Não tinha. Depois é que se
falou, parece que é esse nome Joaquim que estaria realmente envolvido
nessa atividade (na campanha de Russomanno)”, disse Cintra. “Esse
Joaquim tem. É funcionário da Prefeitura e está lá na secretaria, sim.
Se não me engano, entrou na Prefeitura em 88, no começo da década de
90”, completou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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