O pobre que salvou o Brasil (e os pobres do Brasil) foi outro
Que o adulto não se deixe conspurcar pela nova companhia
Deve ter sido uma Guerra Fria para saber quem mereceria o Oscar da Veja, o detrito sólido de maré baixa.
Barbosa foi o preferido.
É uma honra que não enobrece a biografia.
É o que demonstra o artigo da Maria Frô, blogueira suja:
Barbosa foi o preferido.
É uma honra que não enobrece a biografia.
É o que demonstra o artigo da Maria Frô, blogueira suja:
Joaquim Barbosa em capa laudatória de
Veja seria cômico se não fosse trágico: a revista que tem entre seus
ícones Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes e outros colunistas de fazer
inveja ao Tea Party; reacionários que já escreveram centenas de artigos
contra cotas raciais, cinicamente afirmando que defendiam cotas sociais.
Mas agora que governo federal aprovou 50% de cotas para escolas
públicas eles também são contra, como foram e são contra o Prouni, Reuni
e qualquer medida inclusiva que efetivamente amplie o acesso à educação
formal aos mais pobres.
A meu ver mesmo os que combatem de
fato o racismo no Brasil e estão decepcionados com o PT não devem
comemorar esta capa oportunista de Veja oportunista.
Sempre é bom lembrar que a mesma
revista já teve como heróis merecedores de capas laudatórias: Collor,
Serra, FHC, Demóstenes Torres, Kassab, até o médico foragido condenado a
278 anos de prisão por 56 crimes de estupro, Roger Abdelmassih, antes
de virar ‘monstro’ foi incensado por Veja como o milagroso cientista que
fazia os famosos realizarem o sonho de ser pais!
Ícones da esquerda só estiveram nas
capa de Veja para serem criminalizados como as famosas capas com João
Pedro Stédile, José Rainha, Che e as dezenas de capas feitas contra
Lula antes, durante e após os seus dois mandatos.
Para acompanhar a chamada desta capa da Veja a foto teria de ser outra: a do menino Lula.
Afinal, Lula mudou tanto o Brasil
que em seu governo a Polícia Federal foi livre para investigar; o
Procurador Geral da República livre pra abrir processos e STF para
julgar; emitir habeas corpus para Dantas ou até mesmo para ministro do
STF fazer coro em dobradinha com Demóstenes Torres na Veja sobre grampo
no Senado cujo áudio nunca apareceu…
Lula mudou tanto o Brasil que foi
em seu governo que, finalmente, o STF passou a ter mais ministras
mulheres e ao menos um ministro negro.
Lula mudou tanto o Brasil que logo,
logo outros meninos negros pobres do Prouni ou da política de cotas nas
universidades federais poderão sonhar em ocupar os tribunais não como
vítimas ou réus, mas como juízes, promotores, advogados de defesa…
Mas, como bem observou meu amigo e
sociólogo, Wagner Iglecias: não deixa de ser interessante que, na
atualidade, a direita representada por Veja ande tão carente de heróis
que tenha escolhido para ovacionar um homem negro de origem pobre.
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