Guerrilheiro Virtual

sábado, 6 de outubro de 2012

Tasso Jereissati fugiu no jatinho?

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Por Altamiro Borges

O tucano Tasso Jereissati já foi muito poderoso na política cearense e uma referência da direita no Brasil. Ele circulava entre as "autoridades" e era bajulado pela mídia “privada”. Hoje, porém, o ex-governador e ex-senador do PSDB amarga o ostracismo político. Reportagem publicada ontem no Estadão, com o título “Após 26 anos, Tasso fica fora da campanha eleitoral no Ceará”, confirma o seu declínio. Ela informa que o tucano “não dá apoio público nem a candidato do PSDB em Fortaleza e diz se dedicar às suas empresas”.

A decadência dos tucanos

“Sem mandato, depois de perder as eleições para o Senado em 2010, o tucano acabou sufocado pelo clã dos Ferreira Gomes, os seus antigos aliados e hoje a família mais poderosa da política cearense. No curto prazo, Tasso só vê chances de voltar a se engajar na política se vingar no partido a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República”, afirma o Estadão. Aos 63 anos, o tucano hoje apenas administra as suas empresas – entre elas, a Coca-Cola local e o Shopping Iguatemi.

“Apesar dos inúmeros pedidos, Tasso se recusou, este ano, a gravar mensagem pedindo votos para quem quer que fosse. Em mais de duas décadas, é a primeira eleição em que o ex-governador não tem papel preponderante. Nem o candidato do PSDB em Fortaleza, Marcos Cals, pôde contar com seu apoio público. Filho do ex-ministro César Cals, um dos coronéis abalroados do poder por Tasso na década de 80, Marcos tem 3% das intenções de voto, segundo o Ibope”.

"O jato é meu, é meu"

Ainda segundo a reportagem, a perda de influência política de Tasso Jereissati, que governou o Ceará por três vezes, não se dá apenas em Fortaleza. O seu partido, o PSDB, míngua no estado. A estimativa é que consiga eleger 15 prefeitos em 184 municípios cearenses. A bancada tucana na Assembleia Legislativa tem hoje apenas dois deputados. Nos anos 90, ela chegou a ocupar 36 das 46 cadeiras. Na prática, o PSDB está morto politicamente. Já os demos, que sonhavam com uma vitória em Fortaleza, também rumam para o inferno.

Em 2009, quando ainda fazia seus discursos estridentes e raivosos no Senado contra o ex-presidente Lula, Tasso Jereissati foi denunciado por ter usado R$ 469 mil dos cofres públicos para abastecer o seu jatinho particular. Na ocasião, ele esbanjou arrogância e berrou: “O jato é meu, é meu... O dinheiro é meu, é meu”. A cena grotesca foi transmitida ao vivo pela TV Senado e fez muito sucesso no Youtube. Hoje, no total ostracismo político, ele deve usar o seu jatinho para fugir das vergonhosas derrotas do seu PSDB.

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