Antônio Ferreira Pinto, que comandava a Secretaria de Segurança Pública
de São Paulo, pediu exoneração do cargo; governador Geraldo Alckmin
insistia em mantê-lo diante da onda de violência no Estado, alegando que
uma troca geraria mais insegurança à população e falha em sua
administração; troca foi feita depois de uma madrugada com dez mortos e
13 feridos, maior que a recente média diária; quem assume é Fernando
Grella, ex-procurador da Justiça
247 – Depois de mais de cinco meses de violência
vivida no Estado, o Secretário de Segurança Pública de São Paulo,
Antônio Ferreira Pinto, pediu exoneração do cargo. Ele vinha sendo
criticado por declarações polêmicas sobre a guerra recente entre a
Polícia Militar e a principal facção paulista, o PCC (Primeiro Comando
da Capital), e sofria resistência dentro da corporação desde que assumiu
o comando da Secretaria. Em seu lugar, assume o ex-procurador geral de
Justiça Fernando Grella.
O governador Geraldo Alckmin já busca outros três nomes para
substituir Ferreira Pinto antes da onda de criminalidade dominar São
Paulo, em maio. Depois que as noites de violência foram ficando mais
frequentes, porém, o tucano decidiu mantê-lo. Segundo ele, uma troca
neste momento signifcaria mais insegurança para a população e erro
estratégico de sua administração. Depois de uma madrugada com ainda mais
mortes do que a média diária vinha registrando, o Secretário finalmente
foi trocado. Entre os discursos que dava, Ferreira Pinto costumava
garantir à população paulista que tudo estava sob controle e que o PCC
era uma organização falida.
Fernando Grella, novo Secretário de Segurança Pública
Chacina na Grande São Paulo
Na madrugada de terça para quarta-feira, dez pessoas foram
assasinadas, 13 ficaram feridas e um ônibus foi incendiado na região
metropolitana de São Paulo. Num dos casos, um adolescente morreu depois
de balear um policial militar em uma tentativa de assalto na zona leste
da capital. No município de Itaquaquecetuba, três pessoas morreram e uma
sobreviveu a uma chacina na noite de ontem. Um ônibus foi incendiado na
zona leste da capital.
Em Guarulhos, cinco homens foram baleados – um deles morreu –
enquanto estavam na frente de um bar. Os ataques vieram de pessoas
encapuzadas que estavam em duas motos. Houve confrontos com a polícia em
Diadema, onde um suspeito ficou ferido, e Ferraz de Vasconcelos, onde
um homem armado de metralhadora trocou tiros com policiais e morreu.
Dois adolescentes também foram baleados e morreram em Osasco. O autor
dos disparos não foi identificado. Na capital, uma pessoa morreu e três
ficaram feridas.
Do 247
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