O PSDB foi fundado em 1988 e no ano seguinte lançou a expressão "choque
de capitalismo" como plano de governo. O resultado deste choque não foi
muito feliz nos 8 anos neoliberais do governo FHC. Depois, os
governadores tucanos passaram a falar em "choque de gestão", cuja ideia
seria um governo que administrasse bem os recursos públicos, com custos
menores. Há controvérsias se o discurso batia com a realidade.
Agora a presidenta Dilma Rousseff apresentou um plano de redução nas
tarifas de energia elétrica, visando tanto aumentar a competitividade da
indústria e gerar melhores empregos, como aliviar o bolso do cidadão na
conta de luz. O plano é simples: usinas hidrelétricas construídas há
muitos anos e que estão com a concessão de sua exploração vencendo,
puderam renovar mediante redução da tarifa sobre a energia gerada. Isso
porque os custos para construção da usina já foram amortizados ao longo
dos anos e não justifica mais continuarem embutidos na tarifa.
A maioria das empresas concessionárias aderiram. Os governadores tucanos
que controlam as empresas estaduais detentoras da concessão de algumas
destas usinas, resolveram boicotar e não aderiram. A decisão tucana
serve para beneficiar os lucros dos acionistas, em detrimento da
população.
A situação é análoga à de um cidadão que compra a casa própria
financiada em 20 anos. Ele paga o financiamento durante 20 anos para
cobrir o custo da casa (além dos encargos financeiros). Depois de pago
os 20 anos, seu orçamento familiar fica livre daquela despesa. A
antecipação feita por Dilma equivale a quitar com um ou dois anos de
antecedência, para ficar livre do custo do financiamento. A decisão dos
tucanos equivale a querer impedir a quitação para os banqueiros ganharem
mais com o financiamento nas condições antigas.
Outra alegação desastrada dos tucanos é dizer que se a tarifa de energia
cair, a arrecadação do ICMS dos estados sobre essa energia também cai.
Ora, então nenhum ganho sobre preços poderá mais ser repassado à
população, senão desequilibra as contas do governo estadual? Assim, o
governador Geraldo Alckmin (PSDB/SP) comprova que aquelas visitas que
ele fez a um placar que simula a estimativa de impostos da Associação
Comercial de São Paulo, chamado de "impostômetro", foram mais falsas do
que uma nota de três reais. Choque de gestão de verdade não seria atrair
maior produção industrial, com energia mais barata? É isso que a
presidenta Dilma está fazendo.
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