O caso agora é que a absurda violência policial contra as manifestações estampada nas fotos e nos vídeos divulgados pelo Youtube tornaram a indignação contra a PM e o governo do Estado de São Paulo enorme e, ao contrário do que desejava Alckmin, deu impulso ao movimento.
Fala-se que pelo Face mais de 150 mil pessoas teriam se inscrito como
participante da manifestação convocada para segunda feira. Então, agora
quer-se provocar a divisão do movimento tentando aproveitar da “rixa”
improdutiva entre os psolistas e os petistas. Para isso, a estratégia
requer que se jogue a culpa pela “baderna” e pela “violência” no PSOL e
nos “punks”, o que obviamente é uma acusação totalmente descabida e
infundada.
Só que esta linha de argumentação tem chances de ter eco, porque os
psolistas são acostumados a fazerem acusações de que o PT converteu-se
em representante da burguesia, traiu a classe trabalhadora, precisa ser
desmistificado. Há uma grande corrente petista, por outro lado, que
adora atacar o PSOL como sendo aliado da direita, que agiria por
disfaçatez só para atacar o PT e os governos petistas.
Não caindo nesse jogo de baixíssima qualidade política, fez muito bem o
prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), ao convocar a reunião do
Conselho da Cidade e chamar o MPL para participar dela discutindo mais
amplamente o problema do transporte e da mobilidade urbana.
Espera-se que os representantes do movimento que estiverem presentes
entendam que uma “revolta popular” como eles se referem ao fator que
está reunindo milhares de pessoas nas manifestações ecoa promovendo
líderes que lhe dêem voz e que se eles, em nome da “horizontalidade” não
quiserem assumir esse papel, além de não contribuir com a solução
pacífica do conflito, que deve ser objeto de negociação e processamento,
estarão permitindo que se abra espaço para o surgimento de outras
pessoas que o farão.
A solução dos problemas se encontra quando as pessoas assumem tarefas e
responsabilidades e não quando se eximem delas em nome de um
“democratismo” que ao invés de fortalecer a luta a conduz à atomização.
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